Queda nas vendas, Hamilton imbatível e lançamentos: o mundo automotivo em 12 meses de pandemia

Em 26 de fevereiro de 2020, o primeiro caso de covid-19 foi confirmado no Brasil. Cerca de um mês depois, governadores e prefeitos iniciaram os protocolos de quarentena. Desde então, os brasileiros precisaram aprender a conviver com o uso de máscaras e álcool em gel, além do isolamento social.

Quer ganhar um e-book exclusivo com dicas para cuidar melhor de seu veículo? Assine nossa newsletter neste link.

O fechamento dos serviços não essenciais, a suspensão das atividades em fábricas e a crise econômica causada pelo vírus também impactaram o mundo automotivo. Por isso, veja alguns fatos relevantes que aconteceram no universo dos automóveis neste um ano de quarentena no Brasil.

Quedas históricas

2020 foi um ano difícil para o setor automotivo. A necessidade de distanciamento social e de novas adaptações de segurança impactou o número de emplacamentos e a rotina das fábricas.

Abril, por exemplo, foi o pior mês da história para a indústria automobilística. Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a produção caiu 99% em relação a março. Foram fabricados somente 1.874 veículos, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.

O número de veículos emplacados também foi diretamente influenciado pela chegada da pandemia, registrando quedas abruptas no primeiro semestre e recuperações tímidas no segundo. No total, 1.950.889 automóveis (automóveis e veículos comerciais leves) foram comercializados entre janeiro e dezembro. Em 2019, o número chegou a 2.658.692.

O Chevrolet Onix foi o carro mais vendido do Brasil (clique aqui para ver a lista completa) pelo sexto ano consecutivo. Apesar de ter sido derrotado em dois meses (perdendo a ponta para o VW T-Cross, em julho, e para a Fiat Strada, em setembro), o modelo assumiu a liderança geral com 135.351 unidades emplacadas em 2020. O Hyundai HB20 ficou em segundo lugar e Chevrolet Onix Plus completou o pódio.

Promoções e adaptações para todos os lados

Com o fechamento das concessionárias e a queda brusca das vendas, as fabricantes tiveram de pensar rápido para tentar minimizar impactos econômicos. Entre março e abril, diversas montadoras passaram a vender seus carros online (BMW e Chevrolet, por exemplo, abriram canais no Mercado Livre) e a oferecer serviços de test-drive delivery.

As promoções também apareceram em peso para incentivar as vendas durante a pandemia. A Jeep, por exemplo, bancou oito parcelas de alguns financiamentos e permitiu que os compradores iniciassem o pagamento somente em 2021.

Salões cancelados

Tradicionais, mas decadentes, os salões do automóvel foram cancelados em todo o mundo. O de São Paulo já vivia um drama antes mesmo da situação da pandemia se agravar, com diversas fabricantes anunciando que não participariam da edição de 2020. Dessa forma, a solução foi adiar o evento para 2021, mas não é garantido que ele será realizado neste ano.

No fim de 2020, o Salão de Pequim foi realizado com toda pompa e circunstância, já que nem mesmo a pandemia foi capaz de evitar o adiamento definitivo do evento. Porém, os tradicionais eventos de Detroit (EUA), Frankfurt (Alemanha), Genebra (Suíça) e Paris (França), foram todos cancelados por conta da covid-19.

Destaques no esporte a motor

Como não poderia ser diferente, a pandemia bagunçou bastante o calendário do automobilismo. Inicialmente prevista para começar em março, a temporada da Fórmula 1 só teve início em julho, no GP da Áustria. A corrida inicial não foi boa para Lewis Hamilton, que foi punido e ficou fora do pódio. Porém, depois dessa etapa ele obteve 11 vitórias na temporada – incluindo uma com três pneus – e se sagrou heptacampeão mundial, igualando o recorde de Michael Schumacher. Lewis também superou as 91 vitórias do alemão e se tornou o maior vencedor da história da categoria. Com tudo isso, só resta reconhecer Hamilton como o maior nome de todos os tempos da Fórmula 1.

No degrau abaixo da categoria máxima, a Fórmula 2 teve como campeão Mick Schumacher, filho de Michael. E um piloto brasileiro chamou a atenção pela excelente performance. Felipe Drugovich conquistou três vitórias em seu primeiro ano como piloto da F2. A boa performance rendeu um contrato com a equipe UNI-Virtuosi para 2021, um time mais tradicional na categoria que a MP Motorsport, que foi a equipe de Drugo em 2020.

No Brasil, Ricardo Maurício venceu a Stock Car 2020. Já a pilota Bruna Tomaselli, que será a representante brasileira na WSeries neste ano, venceu a quinta etapa do Império Endurance Brasil na categoria P3. Esta foi a primeira vez que uma mulher triunfou em uma categoria da competição brasileira de endurance.

Lançamentos não pararam

Apesar da queda nas vendas, os lançamentos automotivos seguiram a todo vapor. Só no primeiro semestre, o País acompanhou a estreia de modelos como Audi e-tron, Audi R8, BMW 330e M Sport, Chevrolet Tracker, Fiat Strada, Jeep Wrangler Rubicon, Mercedes-AMG GT 43 e Renault Duster.

Volkswagen Nivus e Ford Territory também debutaram no mercado. Já o nicho de veículos de luxo foi muito bem representado por automóveis como Audi TT RS, Jaguar F-TYPE, MINI Cabrio Sidewalk, BMW X6 M e Porsche Taycan.

Carros por assinatura

O serviço de assinatura veícular ganhou força neste um ano de quarentena. O modelo já existia, mas passou a ser oferecido pelas próprias fabricantes. Ainda em 2020, a Volkswagen anunciou o seu plano com alguns veículos. Recentemente, até o Nivus entrou no novo modeloRenaulte o então grupo FCA, agora Stellantis, não ficaram atrás e também apostaram em planos semelhantes.

Carros testados pelo Garagem360

Como já é de costume, a equipe do Garagem360 avaliou uma série de automóveis vendidos no mercado brasileiro (seguindo todos os protocolos de segurança impostos pela pandemia da covid-19). Os modelos variaram desde os mais espartanos – como a Fiat Strada Freedom da geração anterior – até carros de ponta – por exemplo, o Mercedes-Benz A 200 e os três modelos da Volvo (XC40 R-Design T5, XC60 e S90).

O site bateu recordes de audiência com a avaliação da nova Fiat Strada e também publicou testes internacionais, como o do Jeep Wrangler Rubicon, realizado nas ruas do Arkansas, nos EUA.

Mercedes-Benz e Ford fecham fábricas no Brasil

Inaugurada em 2016, a fábrica de automóveis da Mercedes-Benz em Iracemápolis, no interior paulista, deixou de produzir os carros da marca em dezembro de 2020.

Em 11 de janeiro de 2021, a Ford anunciou que encerraria a produção no Brasil, tornando-se apenas uma importadora e demitindo todos os funcionários. Os modelos Ka e EcoSport saíram de linha imediatamente, enquanto que o Troller T4 ainda seguirá em produção por mais alguns meses.

ASSISTA AGORA
Veja mais ›
Fechar