Moto elétrica que carrega em apenas 10 min será produzida no Brasil 

A Horwin se prepara para produzir, no Brasil, uma motocicleta elétrica cuja recarga pode ser feita em apenas 10 minutos, a partir do uso de bateria de íon de lítio com nióbio. A Horwin CR6e terá autonomia de 150 quilômetros e será equipada com um motor de 7,2 mil watts – o equivalente a 10 cv de potência. Veja detalhes sobre a nova moto elétrica “made in Brazil”.

Nova moto elétrica carrega em apenas 10 min e será produzida no Brasil 
Horwin

Horwin CR6e, nova moto elétrica, contará com a tecnologia da bateria  desenvolvida pela CBMM 

A tecnologia da bateria foi desenvolvida pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), que fornece óxido de nióbio, em parceria com a Toshiba, que fabrica as células de bateria. O equipamento encontra-se em fase de testes e, ainda neste primeiro semestre de 2022, um protótipo será apresentado ao mercado.

A  Horwin é uma marca do grupo XL Holding, gigante chinês da área de eletromobilidade. A empresa já possui um centro de distribuição em Manaus (AM) e, ainda este ano, ampliará sua estrutura a partir deste ano para começar a fabricar o modelo CR6e pelo sistema CKD.

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Atualmente, a moto chega ao País importada da China, equipada com a bateria tradicional da Panasonic – que tem sua recarga completa em até cinco horas. Desde 2014, de acordo com a empresa, já foram vendidas 2 milhões de unidades dessa versão em todo o mundo.

Os planejamento prevê a chegada ao mercado da versão equipada com a nova bateria somente em 2024. A agência Autodata informa que, segundo a CEO da Horwin Brasil, Pricilla Fávero, o plano é comercializar, já no primeiro ano, 100 mil unidades do modelo com a bateria de nióbio. O preço inicialmente estimado é de R$ 43 mil.

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Preços em queda

Na última década, o custo das baterias caiu em torno de 90%, indo da casa dos mil dólares para algo entre 130 e 170 dólares. O nióbio apresenta, em relação ao carbono utilizado nas baterias convencionais,  benefícios como como potência, durabilidade e rapidez de recarga. A nova bateria durará de quatro a cinco vezes mais do que o tradicional. 

“Hoje, em média, a vida útil é de 1,5 mil ciclos de carga e descarga, o que equivale a sete anos de uso; com o nióbio, serão 20 mil ciclos, ou sessenta anos”, afirma Rogério Marques Ribas, gerente do programa de baterias da CBMM, em entrevista à Autodata. “O risco de explosão também diminui, pois ela é mais segura”, conclui.

Esse mercado é recente, destaca o executivo. A CBMM começou a comercializar produtos de nióbio para baterias no fim de 2019, com 20 toneladas. Em 2022 a ideia é chegar a 500 toneladas e, em 2030, a 50 mil, quando a expectativa é que 25% do faturamento da companhia de Araxá, MG, seja gerada pelo fornecimento para baterias.

Neste ano, a CBMM investirá R$ 70 milhões em projetos de baterias, montante que inclui o desenvolvimento do produto para a Horwin, resultado de três anos de pesquisa.

Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM)

Paulo Silveira Lima
Paulo Silveira LimaJornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.
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