Testamos: Chevrolet Tracker Premier 1.2 agrada pelo conteúdo e consumo

O Chevrolet Tracker é um dos modelos que mais passou pela seção de testes do Garagem360. A geração anterior foi a responsável por inaugurar este espaço, sendo o primeiro veículo avaliado pelo site, isso em 2017. Depois ele voltou em 2018, quando a versão Midnight adicionou um visual todo preto ao SUV. E agora, pela terceira vez, o carro está presente neste espaço, dessa vez representado pela terceira e nova geração, que estreou no começo de 2020 e já se tornou um dos carros mais vendidos do Brasil e de sua categoria.

Avaliado por cerca de 20 dias e por mais de 1.000 quilômetros – incluindo serras, rodovias, estradas de terra e cidades –, o carro demonstrou toda a sua versatilidade e boa oferta de equipamentos, além de revelar alguns de seus problemas.

Chevrolet Tracker Premier 1.2: no uso

Embora o nome seja o mesmo, este Tracker é completamente diferente de seu antecessor. Agora ele utiliza a base do Chevrolet Onix de segunda geração e recebeu novos propulsores de 1 litro e de 1,2 litro – que foi o propulsor avaliado. Ele rende 133 cv, com etanol, e 132 cv, com gasolina – sempre a 5.500 rpm – e entrega 21,4 kgfm (etanol) e 19,4 kgfm (gasolina) de toque, disponíveis já a 2 mil rpm.

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Mesmo pequeno, este motor demonstrou-se competente. O tricilíndrico é capaz de puxar os 1.271 kg do Tracker Premier com desenvoltura. Também é comedido no consumo, já que encerrou o teste com média de 11,3 km/l com etanol e fez 12,5 km/l com gasolina. O SUV só não tira uma nota 10 neste quesito por conta de seu pequeno tanque de combustível. São apenas 44 litros de capacidade, o que compromete a autonomia do modelo.

Seja em rodovias ou em subidas de serra, o Tracker 1.2 vai bem. Os únicos inconvenientes notados foram durante as retomadas. Ao pisar fundo no acelerador, há um pouco de demora até o câmbio reduzir marchas e o propulsor encher. Nessas horas senti falta das borboletas atrás do volante ou de um controle melhor para as trocas manuais. Assim como todos os carros modernos da Chevrolet, o SUV também só permite as mudanças manuais em um botão localizado na alavanca de câmbio, o que não é tão prático e até me fez esquecer dessa função.

Macio e confortável… até demais

Rodar com o Tracker é garantia de conforto. Por mais que tenha parentesco com o Onix, os bancos são melhores no SUV. Dessa forma, mesmo passando quase quatro horas ininterruptas ao volante, não me senti cansado. Os méritos também vão para a coluna de direção ajustável em altura e profundidade, o que facilita a busca por uma posição confortável para dirigir. O acerto de suspensão – macio, mas que não deixa a carroceria inclinar além do ponto – e a direção elétrica leve são outros pontos que endossam o conforto a bordo do SUV.

Entretanto, ao menos para o meu gosto, a direção exagerou um pouco na leveza do volante, o que anestesia um pouco as respostas. O resultado prático é que o motorista tem pouca comunicação com as rodas dianteiras, deixando tudo um pouco artificial. Para quem privilegia o conforto, este é um ajuste ideal. Mas quem gosta de um pouco mais de envolvimento na direção certamente vai estranhar o comportamento do Tracker.

E como conforto é a palavra de ordem no modelo, todos os passageiros viajam bem. O SUV oferece uma cabine espaçosa até mesmo para o banco traseiro, além de entregar duas saídas USB para quem viaja atrás. Faltou apenas a saída de ar traseira, mas ao menos o ar-condicionado é potente e refrigera bem todo o ambiente, mas poderia ter duas zonas. Outro ponto negativo é o tamanho do porta-malas. Por ser um carro com proposta familiar, os 393 litros de capacidade ficam abaixo do desejável.

Forte concorrente

Após ter passado quase um mês com o Tracker, deu para entender o motivo de seu sucesso. A versão Premier 1.2 já supera os R$ 120 mil, mas entrega um bom pacote de conteúdo, com itens como Wi-Fi integrado ao carro, sistema de estacionamento automático, faróis e lanternas em LED, alerta de ponto cego e aviso de colisão frontal com assistente autônomo de frenagem. Dentro da realidade atual do mercado, é um dos concorrentes mais fortes e com chances de brigar pela ponta da tabela em 2021.

Econômico, competente ao acelerar e com bom espaço interno, o SUV da Chevrolet ainda oferece um design agradável e atual, e tem o sempre bem-vindo teto solar panorâmico nesta versão, que deixa a cabine mais iluminada e arejada. Dessa forma, mesmo sem ser um carro brilhante, o Tracker Premier é um veículo competente ao que se propõe em uma das categorias mais acirradas da atualidade.

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Chevrolet Tracker Premier 1.2

Motorização: 1,2l 12 válvulas 133 cv/132 cv a 5.500 RPM (etanol/gasolina)

Torque máximo líquido: 21,4 kgfm/19,4 kgfm a 2 mil RPM (etanol/gasolina)

Transmissão: automática de seis marchas

Dimensões: 4,27 m x 1,79 m x 1,62 m (comprimento x largura x altura)

Distância entre eixos: 2,57 m

Peso em ordem de marcha: 1.271 kg

Tanque de combustível: 44 L

Consumo etanol (Conpet/Inmetro): 7,7 km/l (cidade) / 9,1 km/l (estrada)

Consumo gasolina (Conpet/Inmetro): 11,2 km/l  (cidade) / 13,5 km/l (estrada)

Porta-malas: 393 L

Preço: R$ 121.290

Pontos positivos: espaço interno, equipamentos e conforto

Pontos negativos: tamanho do porta-malas, direção anestesiada e falta da saída de ar traseira

Nota: 7,25 [/info_box]

Leo Alves
Leo AlvesJornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.
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