Testamos: Chevrolet Cruze LTZ conta com boas credenciais na disputa entre os sedãs médios

O segmento de sedãs médios continua com uma boa participação no mercado, principalmente por causa do Toyota Corolla, que sempre está no top 10 de vendas gerais. Porém, com a popularização dos SUVs, esta é uma categoria que perdeu um pouco de espaço. E isso não acontece por falta de boas opções, como provou o Chevrolet Cruze após ser testado por uma semana pela equipe do Garagem360.

A versão disponibilizada foi a LTZ, a mais completa do modelo. Com preço base de R$ 104.990, ela traz como principais itens a central multimídia MyLink com tela de 8 polegadas e compatibilidade com os sistemas Android Auto e Apple CarPlay, câmera de ré, seis airbags, partida por botão, faróis em LED, entre outros.

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Porém, o carro avaliado contava com o pacote de opcionais R7F, que também é o único do sedã. Por R$ 10 mil a mais ele acrescenta o alerta de colisão frontal e de ponto cego (esse, nos retrovisores), assistente de permanência na faixa, farol alto adaptativo, indicador de distância do veículo à frente, carregador wireless para celulares, sistema de estacionamento automático e banco do motorista com regulagem elétrica.

Não que a lista de série do Cruze LTZ tenha poucos itens, mas o pacote conta com equipamentos realmente úteis. O de permanência na faixa, por exemplo, corrige e freia o veículo caso detecte que ele está invadindo outra pista. Nos testes, ele funcionou bem, porém sua ativação só funciona a partir dos 60 km/h.

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Chevrolet Cruze LTZ          

Motorização: 1.4l turbo Ecotec 16 válvulas 153 cv/150 cv (etanol/gasolina)

Torque máximo líquido: 24,5 kgfm a 2 mil rpm/24 kgfm  a 2.100 rpm (etanol/gasolina)

Transmissão: Automática de seis velocidades – troca manual na alavanca

Dimensões: 4,66 m x 1,80 m x 1,48 m (comprimento x largura x altura)

Distância entre eixos: 2,70 m  

Peso em ordem de marcha: 1.321 kg (versão LTZ com pacote RF7)

Tanque de combustível: 52 L

Porta-malas: 440 L

Preço: R$ 104.990 (R$ 114.990 como o avaliado)

Pontos positivos: dirigibilidade exemplar, bom espaço interno, motor eficiente e potente, seis airbags de série

Pontos negativos: frente pode raspar com facilidade, pacote de opcionais tem preço alto

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Conjunto mecânico

O motor 1.4 turbo flex de 153 cv com etanol já era conhecido por conta do teste com o Chevrolet Tracker. Assim como no SUV compacto, o propulsor andou bem e conseguiu uma boa média de consumo. Ao levar em consideração o forte tráfego enfrentado com o três volumes, ele teve média geral de 8,2 km/l com gasolina. Na estrada, o número foi melhor, chegando aos 12 km/l, de acordo com o computador de bordo.

O câmbio automático de seis marchas também cumpre bem seu papel. As trocas são rápidas e praticamente imperceptíveis, sempre mantendo o giro do motor baixo, o que colabora para o consumo.

A rodagem com o veículo também é boa. O Cruze é um carro que prioriza o conforto, com acerto de suspensão mais macio, mas sem deixá-lo molenga. Sua estabilidade é boa em alta velocidade, além de filtrar bem as irregularidades do solo. A direção elétrica também colabora com o processo, sendo leve em manobras e firme ao rodar.

Espaço interno também não é um problema para os ocupantes. Até quadro adultos viajam com conforto. Uma quinta pessoa sofreria um pouco no meio do banco traseiro, já que passageiros altos podem raspar a cabeça no teto e não ter muito espaço para os ombros. Ao menos o túnel central é praticamente plano.

Vale a compra?

O veículo fabricado pela GM mostrou que não está no segmento apenas por figuração. Terceiro sedã médio mais vendido – atrás da dupla Corolla e Civic –, ele tem potencial para brigar pela ponta. Além disso, tem com uma ampla rede de concessionárias e é um carro com certo prestígio no mercado.

A versão LTZ, mesmo sem o pacote de opcionais, conta com equipamentos de série condizentes com a categoria. Porém, quem adicionar os acessórios vendidos a parte terá a disposição itens que antes só faziam parte de modelos mais caros, mas para isso precisa investir praticamente 10% do valor do sedã.

Embora seja um preço alto para a maior parte do brasileiro, isso não é apenas um problema do Cruze, tendo em vista que seus concorrentes também ficam na mesma faixa. Ao menos o Chevrolet entrega um conjunto mecânico moderno, design atrativo e bons itens de série.

Leo Alves
Leo AlvesJornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.
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