Novo Renault Sandero tira nota baixa em teste de colisão: mas o que isso quer dizer?

Na última quinta-feira (15) foi divulgado o resultado do teste de colisão do novo Renault Sandero. O teste foi feito na Europa pelo Euro NCAP (instituição equivalente ao Latin NCAP) e certificou o modelo com apenas duas estrelas, resultado bem abaixo da média para um modelo novo.

Entretanto, há alguns pontos que precisam ser analisados sobre essa classificação, já que o que derrubou a nota foi a ausência de um sensor que poderia acabar com a proposta do veículo, que é a de ser um hatch popular.

Novo Renault Sandero: nota em teste de colisão

Primeiramente, o modelo avaliado não foi bem o novo Renault Sandero. Na realidade, foi a versão feita pela Dacia. Sendo assim, o Euro NCAP levou para o teste de colisão o Dacia Sandero Stepway de nova geração, já que a marca romena é a responsável pela produção do veículo no velho continente.

Das cindo estrelas possíveis, o hatch teve como nota final apenas duas. De acordo com o relatório do Euro NCAP, essa classificação foi por conta do sistema autônomo de frenagem do modelo. Como ele utiliza apenas um radar, e não uma câmera, o dispositivo de segurança não é capaz de detectar pedestres e ciclistas, apenas outros veículos.

Com isso, não há como evitar de modo autônomo a colisão com pessoas ou bicicletas. Entretanto, a proteção aos ocupantes do novo Renault Sandero foi boa. A carroceria suportou bem os impactos, o que poderia ter classificado o hatch como um carro quatro estrelas para o padrão europeu.

Porém, como o Euro NCAP exige que haja esse reconhecimento de pedestres e ciclistas, a nota foi cortada pela metade. E isso mesmo com o carro superando os 70% na proteção para adultos e crianças.

Inseguro?

É evidente que os testes de colisão são importantes e foram fundamentais para o aumento da segurança dos carros. Só que com essas novas exigências do Euro NCAP, a nota baixa dá a entender que o Sandero não seria seguro para os ocupantes. E o próprio relatório da instituição atesta que o carro oferece uma boa proteção.

Por ser um veículo de entrada, instalar uma câmera frontal com essa capacidade poderia encarecer o Sandero, tornando o carro inviável para a sua proposta.

E ao analisar a lista de equipamentos da versão Stepway europeia, o que não falta é equipamento de segurança: são seis airbags ao todo, os bancos contam com estrutura reforçada e proteção para a coluna cervical, além do já citado sistema de frenagem ativa e o alerta de ponto cego.

Outro ponto é que o hatch utiliza a plataforma do novo Clio, base essa que trouxe diversos reforços estruturais para a nova geração do Sandero.

Com todos esses equipamentos, e com o índice de proteção ao ocupantes, é difícil classificar o novo Renault Sandero como inseguro. Principalmente ao compará-lo com o mercado brasileiro, já que muitos desses equipamentos só estão em modelos maiores e mais caros.

Leo Alves
Leo AlvesJornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.
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