Os veículos elétricos (EVs) estão no caminho de se tornar dominantes no mercado automotivo global. Mesmo no Brasil, onde tais automóveis ainda não são populares, a lista de modelos disponíveis cresce a cada ano. No País, o preço dos EVs é o principal empecilho à sua popularização – atualmente, o carro 100% elétrico mais barato é o Caoa Chery iCar, que custa R$ 139.990.
Para quem pretende usufruir os benefícios em termos de sustentabilidade e de economia com combustível que os EVs trazem e não tem dinheiro sobrando, a boa notícia é que, do ponto de vista técnico, é possível fazer a conversão de automóveis comuns, movidos a combustíveis fósseis ou etanol, para rodar com energia elétrica.
Saiba como é feita a conversão para a propulsão elétrica e quanto custa
No exterior, existem várias empresas que se especializaram em fazer esse trabalho de conversão, adaptando motores e baterias de carros elétricos de produção. Até alguns fabricantes resolveram lançar kits oficiais, como é o caso da General Motors nos Estados Unidos.
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No Brasil, apesar de a possibilidade de conversão existir, o trabalho não é dos mais acessíveis, principalmente nos modelos equipados com motores mais antigos. Há de se fazer, muitas vezes, uma total mudança do modo de funcionamento do carro.
Processo caro
A Electro, de Minas Gerais, é pioneira na oferta desse tipo de serviço no País. De acordo com a empresa, o custo de transformação de um Ford Ka Sedan em modelo elétrico gira em torno de R$ 57 mil.
O custo de componentes como motor e periféricos, além da bateria, pesam. Além disso, o serviço demanda uma mão de obra especializada e precisa ser executado por empresa credenciada pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
Veja a seguir as principais etapas desse processo:
- Para a instalação do motor elétrico, serão retirados o motor a combustão, o tanque de combustível, o silenciador e o escape, além dos demais componentes ligados exclusivamente ao funcionamento do propulsor.
- O câmbio também é removido – embora alguns projetos prevejam o reaproveitamento da transmissão original, que praticamente deixa de ser usada no trânsito.
- Equipamentos como rádio e vidros elétricos seguem operando normalmente, já que, assim como nos carros elétricos de fábrica, o conjunto motriz é independente dos acessórios.
- Por outro lado, os sistemas de ar-condicionado e de freios exigem a instalação de componentes adicionais para assumir funções antes atribuídas ao motor a combustão e a seus periféricos.
- Após passar pela conversão na oficina, o veículo é submetido a uma inspeção veicular em estabelecimento credenciado pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran), para obtenção do Certificado de Segurança Veicular (CSV).
- O carro elétrico convertido também precisa obter o Certificado de Adequação à Legislação de Trânsito (CAT), recebendo, então, um código específico de marca/modelo/versão do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam), possibilitando o seu licenciamento junto ao Detran.
Afinal, vale a pena converter carro comum em elétrico?
Como visto acima, o custo total de transformação de um Ford Ka Sedan em um carro elétrico gira em torno de R$ 57 mil, de acordo com a empresa Electro, da cidade de Uberaba (MG).
No Ford Ka, a empresa usa um motor elétrico de 10 kw (o equivalente a 70 cv), com torque de 6,02 kgf.m, permitindo uma velocidade máxima de 122 km/h. A recarga total das baterias é realizada em 8 horas, dando ao Ka elétrico uma autonomia de 120 km. O desempenho geral pode ser considerado modesto, porém suficiente para o uso urbano na maior parte das situações.
Do ponto de vista econômico, no entanto, as vantagens podem ser expressivas. Segundo os cálculos apresentados pela empresa, a economia anual com custos de manutenção e abastecimento para quem roda cerca de 60 mil km/ano chega a R$ 40.680.
A premissa é de que o custo médio por quilômetro rodado no modelo convertido para eletricidade é de R$ 0,215, contra R$ 0,895 do carro original.
Com informações do InstaCarro, plataforma online de compra e venda de veículos, e da Electro.
