Testamos: Volvo XC40 R-Design T5 é um híbrido que se passa por elétrico

Há alguns anos, a Volvo repensou sua estratégia para o mercado de carros. Motivada por questões ambientais, a empresa sueca anunciou que passaria a buscar soluções menos poluentes para os seus modelos.

Desde então, ao menos uma versão dos automóveis produzidos pela montadora utilizam um motor elétrico de alguma forma, até que chegue o dia em que não existirão carros a combustão feitos pela companhia.

O Volvo XC40 R-Design T5 é um exemplo dessa mudança de pensamento dos suecos. Por R$ 265 mil, ele é o modelo mais completo da gama do SUV e foi avaliado pelo Garagem360.

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Volvo XC40 R-Design: (quase) elétrico

Diferentemente das soluções adotadas nos modelos Lexus NX 300h e Toyota RAV4, o SUV da Volvo é um híbrido plug-in. Dessa forma, o motor elétrico pode ser carregado em uma tomada (ou wallbox) sem depender do propulsor a combustão.

Entretanto, o modelo vem equipado com um cabo que não é compatível com o padrão das tomadas brasileiras. Como não tenho uma estação de recarga em casa, o jeito foi utilizar o motor a gasolina para completar a carga elétrica.

Outra alternativa seria procurar um carregador certificado pela Volvo, que podem ser encontrados em shoppings e supermercados. Basta pesquisar eletroposto no Waze que todos eles são exibidos diretamente na tela do app de navegação.

Embora seja híbrido, o XC40 R-Design tenta se passar por elétrico. Assim que o carro é ligado, o propulsor movido a eletricidade entra em ação com os seus 82 cv e 16,3 kgfm de torque. Demorei um tempo para notar que apenas o elétrico estava em operação, já que as respostas eram agradáveis. Porém, depois de observar o painel digital, notei que ele informava que o propulsor 1,5l tricilíndrico turbo a gasolina (180 cv e 27 kgfm de torque) estava em repouso sob o capô.

Durante os dias de convívio com o SUV, ficou evidente sua preferência pelo propulsor elétrico, mesmo com o carro estando no modo de condução Hybrid. Se o motorista não prestar atenção, ele vai esgotar a autonomia de 45 km sem notar – assim como aconteceu comigo.

Quando isso ocorre, o propulsor a combustão entra em ação para movimentar o veículo e pode também ser utilizado para recarregar o motor elétrico, graças ao recurso Charge. E se o motorista não quiser gastar a bateria, basta selecionar a função Hold na central multimídia de nove polegadas.

Há situações em que ambos os motores trabalham juntos, como quando o veículo entende que o motorista precisa do máximo de potência ao pisar fundo no pedal do acelerador. O outro cenário é com o modo de condução Power, que pode ser utilizado durante uma condução mais esportiva. Dessa forma, o SUV entrega 262 cv de potência combinada e torque máximo de 43,3 kgfm.

Dinâmica precisa e espaço agradável

Com o máximo de potência utilizada, o XC40 ignora os mais de 1.800 kg da carroceria e acelera com disposição. Nem mesmo a altura em relação ao solo atrapalha uma tocada mais agressiva em curvas, tamanha a estabilidade do conjunto. A suspensão é um pouco mole e voltada para o conforto, mas não compromete em rodovias. A boa posição de dirigir e a ergonomia bem acertada do volante são outros pontos que agradam na hora de conduzir o SUV.

Menor utilitário da empresa sueca no Brasil, ele entrega um bom espaço interno para quatro ocupantes, já que a altura do túnel central rouba espaço para as pernas de um terceiro ocupante no banco traseiro. O porta-malas de 460 litros é suficiente para o dia a dia e viagens, e pode ser aberto e fechado de modo elétrico.

Bonito por fora, o XC40 também agrada internamente. A cabine conta com revestimentos macios ao toque e tem um desenho moderno e elegante.

No painel, a central multimídia, cujo visual lembra o de um tablet, chama a atenção. Além de espelhar a tela do celular via Android Auto e Apple Car Play, ela permite o controle do ar-condicionado e de algumas funções do carro, como os modos de condução.

Por falar na central, vale o destaque ao sistema de som do veículo. Assinado pela Harman Kardon, ele tem 13 alto-falantes com subwoofer, sendo que nenhum deles fica na parte inferior das portas-dianteiras. Com isso, há um grande porta-objetos no local e sem perdas na qualidade do áudio.

Tecnologia

A condução híbrida é apenas uma parte das tecnologias disponíveis do SUV da Volvo. Há diversos outros recursos que auxiliam até mesmo a condução do veículo. O controle de cruzeiro adaptativo já está presente em diversos carros atuais (até mesmo no VW Nivus, para citar um exemplo nacional).

O XC40 vai além e pode incluir a função de condução semiautônoma, que é capaz de fazer curvas abertas. Por mais inteligente que o carro possa ser, é estranho perceber que ele está mantendo um distância segura do carro à frente sem a intervenção do motorista enquanto contorna uma curva, mesmo sempre mantendo as mãos no volante. Inclusive, esta é uma recomendação da marca. O recurso não foi feito para guiar o carro por conta própria, mas sim para ser uma espécie de auxílio.

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Outro bom recurso é o que impede que o carro mude de faixa sem que a seta esteja acionada. Fica a torcida para que esta tecnologia esteja presente em todos os carros no futuro – certamente impediria fechadas.

O farol alto automático também contribui para um trânsito mais gentil, já que o sistema de câmeras do veículo detecta quando há um carro em sentido contrário e alterna instantaneamente para a luz baixa. Os olhos de quem dirige com frequência durante a noite agradecem.

Hora da compra

Tecnológico, econômico (fazendo 11 km/l nos testes) e bom de dirigir, o Volvo XC40 é uma opção para quem está disposto a pagar R$ 265 mil por seu pacote. A alta do dólar fez o preço do veículo disparar, já que há poucos meses ele era cerca de R$ 20 mil mais em conta. Mesmo estando próximo das três centenas de milhar, ele é um dos híbridos plug-in mais em conta na atualidade.

Os pequenos problemas de convivência – como o ponto cego causado pela coluna C larga, o carregador sem ser no padrão brasileiro e a suspensão um pouco mole – não ofuscam as qualidades do utilitário mais em conta da marca sueca.

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Volvo XC40 R-Design T5

Motorização: 1,5l 12v turbo dianteiro transversal (180 cv) + elétrico (82 cv)

Potência máxima (combinada): 262 cv

Torque máximo (combinado): 43,3 kgfm

Transmissão: automatizada de dupla embreagem de sete marchas

Peso: 1.871 kg

Porta-malas: 460 L

Consumo médio: 11 km/l (segundo o computador de bordo)

Preço: R$ 264.950

Pontos positivos: tecnologia, dirigibilidade e economia de combustível

Pontos negativos: ponto cego na coluna C, carregador incompatível com as tomadas brasileiras e suspensão um pouco mole

Nota: 9,1 [/info_box]

 

Leo Alves
Leo AlvesJornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.
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