Testamos: Jeep Compass Longitude flex ainda é um dos melhores SUVs do mercado

É inegável a transformação que a Jeep teve nos últimos anos no mercado brasileiro. Marca sempre associada aos modelos off-road e responsável...

É inegável a transformação que a Jeep teve nos últimos anos no mercado brasileiro. Marca sempre associada aos modelos off-road e responsável pela popularização do termo “jipe”, ela sempre teve uma imagem de robustez no Brasil, e passou a ser associada ao luxo após o sucesso do Cherokee nos anos 1990. Ao se fundir com a Chrysler, a Fiat sabia do potencial da marca de SUVs e a transformou na protagonista do grupo. Hoje, ninguém vende mais SUVs que a Jeep no Brasil, e os modelos da marca emplacaram até mesmo na Europa. Tudo graças a estratégia da então FCA, que agora atende pelo nome de Stellantis por conta da fusão com a Peugeot-Citroën.

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Para alcançar esse sucesso, dois modelos foram cruciais: Jeep Renegade e Jeep Compass. O primeiro pode até não ser mais o líder do segmento, mas nunca deixou de vender bem e segue tentando voltar ao lugar mais alto do pódio. Já o segundo reina absoluto desde que estreou, em 2016. É verdade que esta não é a primeira encarnação do Compass. Porém, se a geração passada foi um fracasso retumbante (e nunca foi fabricada no Brasil, apenas importada), a segunda é um baita case de sucesso, daqueles que serão estudados daqui a alguns anos. Por isso o Garagem360 solicitou um exemplar do modelo para ser testado, já que o SUV médio mais vendido do País ainda não havia passado pela nossa análise. E mesmo sendo a versão flex, que peca pelo alto consumo, o utilitário mostrou algumas características que explicam o seu sucesso.

Jeep Compass Longitude: ainda atual

Mesmo com quase cinco anos de mercado, o Compass ainda tem um visual atual. Por mais que pareça um Cherokee menor, o modelo segue tendo um desenho moderno. A prova disso é o facelift aplicado na versão vendida da Índia, que pouco mexeu no exterior do carro. Essa mudança, inclusive, pode ser aplicada no carro brasileiro ainda neste ano. Mas enquanto ela não chega, resta falar sobre o modelo vendido atualmente.

Se por fora o SUV agrada, por dentro o interior repete a boa impressão. Os materiais são de boa qualidade e há peças macias ao toque por boa parte do painel e das portas. Outros pontos positivos são a central multimídia de 8,4 polegadas compatível com Android Auto e Apple CarPlay, e o sistema de ar-condicionado de duas zonas com acionamento por botões. Até é possível controlar a temperatura pela tela da multimídia, mas sigo preferindo o sistema de botões, pois evitam que o motorista tire os olhos da direção.

Além de bem acabada, a cabine do Compass entrega um bom espaço interno. É possível acomodar cinco adultos sem esforço, já que o túnel central é praticamente plano na traseira. Todos os ocupantes desfrutam de bom espaço para pernas, cabeça e ombro.

Bom ao volante

Sob o capô habita o motor 2,0l Tigershark de 166 cv de potência e 20,5 kgfm de torque quando abastecido com etanol, que foi o combustível utilizado na avaliação. O desempenho em si foi bom, com o carro tendo boas respostas e vencendo subidas sem dificuldade. A retomada em rodovias também foi agradável. Não é uma performance espetacular, mas está dentro da expectativa para um carro desse porte. O consumo, por sua vez, é desanimador. Ele encerrou o teste com média de 5,6 km/l rodando a maior parte do tempo na cidade. O número foi abaixo do declarado pelo Inmetro, que diz que o modelo faz 6,1 km/l com etanol na cidade. Porém, como o instituto utiliza um método científico, o valor declarado por ele tende a ser o mais próximo da realidade.

E se não fosse o consumo alto, o Compass levaria uma nota alta no aspecto mecânico, já que entrega bom desempenho e tem uma excelente dirigibilidade. O motorista encontra uma boa posição de dirigir, somado a um volante com boa empunhadura e ao banco que abraça o corpo. A condução do carro é confortável, mas sem abrir mão da estabilidade nas rodovias. O Compass é um carro sóbrio, que entrega ao motorista boas respostas e um bom acerto de suspensão.

Comprar agora ou esperar?

Talvez essa seja a principal pergunta sobre o SUV médio da Jeep. De acordo com o site da montadora, a versão Longitude flex é vendida por R$ 151.542. Para ficar igual ao modelo testado, é necessário adicionar o pacote Night Eagle, que cobra mais R$ 5.594, sem contar os R$ 1.831 da cor cinza antique, totalizando R$ 158.967. Por esse valor, o proprietário leva o visual escurecido do opcional, que também acrescenta sistema de som assinado pela Beats, sistema de estacionamento semiautônomo, faróis em xenon e partida remota. Portanto, por mais que seja um valor alto, assim como o de todos os modelos 0km atuais, ao menos se tem uma boa oferta de equipamentos.

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Acontece que o facelift não mudará apenas o exterior. A tendência é que o modelo brasileiro ganhe um novo interior, mais refinado e com novos itens de série, além da nova família de motores turbo do grupo Stellantis. De acordo com as apurações de outros sites e de revistas, o propulsor 1.3 turbinado deve render cerca de 180 cv. Dessa forma, o desempenho terá um ganho, enquanto o consumo deve melhorar.

Como carro, o Jeep Compass é um excelente produto. Tem seus defeitos, mas é um dos melhores SUVs vendidos no Brasil, o que justifica o seu volume de vendas. Entretanto, a concorrência está se armando – a Volkswagen já prepara seu ataque com o novo Taos, que será sensivelmente maior. Além do consumo, o modelo do grupo Stellantis peca no tamanho do porta-malas, que é de 410 litros, e por ter apenas o airbag duplo de série – há um pacote opcional que cobra R$ 3.865 pelos airbags de cortina, laterais e de joelho para o motorista.

Se estiver interessado no modelo, a minha recomendação é esperar a atualização deste ano. Caso não queira aguardar, procure pechinchar o preço, pois certamente as concessionárias vão tentar oferecer condições mais atrativas para queimar o estoque do modelo atual.

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Jeep Compass Longitude 2,0l Flex

Motorização: 2,0l 16 válvulas 166 cv/159 cv a 6.200 RPM (etanol/gasolina)

Torque máximo líquido: 20,5 kgfm/19,9 kgfm a 4 mil RPM (etanol/gasolina)

Transmissão: automática de seis marchas

Dimensões: 4,41 m x 1,81 m x 1,63 m (comprimento x largura x altura)

Distância entre eixos: 2,63 m

Peso em ordem de marcha: 1.541 kg

Tanque de combustível: 60 L

Consumo etanol (Conpet/Inmetro): 6,1 km/l (cidade) / 7,5 km/l (estrada)

Consumo gasolina (Conpet/Inmetro): 8,8 km/l  (cidade) / 10,8 km/l (estrada)

Porta-malas: 410 L

Preço: R$ 151.542 (R$ 158.967 como o testado)

Pontos positivos: espaço interno, dirigibilidade e itens de série

Pontos negativos: tamanho do porta-malas, consumo e ter apenas airbag duplo de série

Nota: 6,35

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Leo Alves
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Leo Alves

Jornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.

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