Tarifas de Trump podem custar bilhões as montadoras
Um estudo alerta para o impacto bilionário de tarifas de 25% na indústria automotiva dos EUA. Saiba como a medida pode afetar as montadoras e por que a cadeia de suprimentos global torna o cálculo tão complexo.
Um novo estudo do Center for Automotive Research (CAR) indica que a imposição de uma tarifa de 25% sobre peças e veículos importados pode ter um impacto devastador na indústria automotiva dos Estados Unidos. A análise projeta um custo adicional de US$ 107,7 bilhões para todas as montadoras em 2025, com as “Três Grandes” de Detroit (Ford, Stellantis e General Motors) arcando com uma parcela significativa de US$ 41,9 bilhões.
Tarifas de Trump podem custar bilhões as montadoras
O relatório também estima que cerca de 6,8 milhões de veículos seriam afetados pela nova tarifa, ressaltando a complexidade e a natureza global da cadeia de suprimentos automotiva.
O Dr. K. Venkatesh Prasad, vice-presidente sênior de pesquisa e diretor de inovação do CAR, disse em um comunicado : “A cadeia de suprimentos automotiva moderna é global e complexa, complicando a questão aparentemente simples do custo de tarifas de 25% na indústria”.
Apesar do cenário alarmante, alguns parceiros comerciais dos EUA conseguiram negociar acordos para evitar a tarifa total de 25%. Países como Reino Unido, Coreia do Sul, Vietnã, Indonésia, Japão, Filipinas, Tailândia, Camboja e a União Europeia fecharam acordos antes do prazo final, o que resultou em tarifas menores sobre suas exportações automotivas.
Tarifas de Trump podem custar bilhões as montadoras – Foto: Divulgação
O Reino Unido foi o primeiro a garantir um acordo, com uma tarifa de 10% para os primeiros 100.000 veículos exportados anualmente. Já a Coreia do Sul, Japão e União Europeia terão uma tarifa de 15% sobre suas exportações. No entanto, a incerteza ainda paira sobre o futuro, já que não há um cronograma claro para quando as tarifas sobre os países com acordos comerciais diminuirão de seus valores originais de 25%.
A situação é acompanhada de perto, com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, manifestando a intenção de negociar uma redução da taxa de 15%.
Metodologia do estudo do CAR revela a complexidade da análise
Para chegar a essas conclusões, o estudo do CAR utilizou duas abordagens: uma “de cima para baixo” e outra “de baixo para cima”. A primeira analisou dados comerciais gerais de 2024 para estimar o impacto nas importações de peças. A segunda, mais detalhada, utilizou informações da Lei de Etiquetagem Automotiva Americana (AALA), que exige que as montadoras declarem as origens de peças e montagem dos veículos.
Essa metodologia ressalta a complexidade de calcular o verdadeiro impacto das tarifas. O estudo também reconhece que os números são baseados em suposições e que as políticas tarifárias podem mudar, o que torna o cenário automotivo nos EUA ainda mais incerto.
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.