Se o IPVA fosse igual ao imposto veicular dos EUA: o que mudaria para os brasileiros?
Entenda como seria a mudança no IPVA brasileiro se o imposto passasse a funcionar como a taxa veicular dos EUA. Descubra quem sairia ganhando e quem seria prejudicado com essa mudança de modelo.
Imagine que, de repente, o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) no Brasil deixasse de ser um imposto sobre o valor do seu carro e passasse a funcionar como a taxa anual cobrada nos Estados Unidos. A mudança seria significativa e afetaria diretamente o bolso e a vida dos motoristas brasileiros.
Se o IPVA fosse igual ao imposto veicular dos EUA?
Nos EUA, não existe um imposto unificado como o IPVA. O que existe é uma taxa de registro anual (ou bienal, dependendo do estado) que varia bastante.
O valor é geralmente baixo, fixo e não está diretamente atrelado ao valor venal do veículo. Ou seja, um Ford Ka de R$ 40 mil e uma Ferrari de R$ 2 milhões pagariam a mesma taxa de registro. Essa é a grande diferença em relação ao modelo brasileiro, onde o IPVA é uma porcentagem do valor de mercado do carro.
A maior mudança seria a substituição do cálculo percentual por uma taxa fixa, que variaria apenas de estado para estado no Brasil.
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Hoje no Brasil: O IPVA varia de 1% a 4% do valor do seu carro, dependendo do estado. Carros mais caros pagam um imposto mais alto, e quanto mais novo o veículo, maior o valor.
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Com o modelo americano: O valor seria fixo e previsível. Os estados poderiam cobrar, por exemplo, R$ 100, R$ 200 ou R$ 300 por ano, independentemente do modelo, ano ou valor de mercado do veículo.
Quem ganharia e quem perderia com a mudança?
Com esse novo modelo, as perdas e ganhos seriam desiguais.
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Os donos de carros de luxo e importados ganhariam muito. Eles veriam seu imposto anual cair de milhares (e até dezenas de milhares) de reais para algumas poucas centenas.
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Os donos de carros populares e mais antigos seriam os mais prejudicados. Muitos hoje pagam IPVA de R$ 500 a R$ 1.500. Com a taxa fixa, eles poderiam ter um aumento considerável, dependendo de como o valor fosse estipulado. Alguns veículos mais antigos que hoje já são isentos de IPVA também passariam a pagar a taxa fixa, o que seria uma nova despesa.
Outros pontos de impacto: arrecadação e finalidade do imposto
Essa mudança no modelo de cobrança também teria um impacto direto na arrecadação dos estados. A receita do IPVA no Brasil é dezenas de bilhões de reais por ano, e esse valor é dividido entre estados e municípios. Com uma taxa fixa, a arrecadação cairia drasticamente.
Além disso, a finalidade do imposto também mudaria. O IPVA no Brasil é um imposto de caráter geral, ou seja, a receita não precisa ser usada exclusivamente na manutenção de vias, transporte público ou sinalização.
Já nos EUA, a taxa de registro é frequentemente vinculada a despesas como manutenção de estradas, emissão de placas e serviços de trânsito.
Se o modelo americano fosse adotado, o dinheiro arrecadado poderia ser usado para melhorar as estradas e os serviços de trânsito, beneficiando diretamente os motoristas. Por outro lado, a perda de receita para a saúde, educação e segurança pública dos estados seria significativa.
A troca do IPVA pelo modelo americano seria, portanto, uma faca de dois gumes: enquanto simplificaria a cobrança e beneficiaria os donos de carros caros, poderia gerar um aumento para os motoristas de carros mais populares e ainda causar um grande desfalque na arrecadação pública.
E você, o que acha? Se o IPVA brasileiro fosse substituído por uma taxa fixa, como a dos EUA, você sairia ganhando ou perdendo? Deixe seu comentário e participe da discussão!
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.