Acelera, freia, anda, para, acelera de novo, freia… Para os motoristas, especialmente os que vivem nas grandes cidades, essas situações são extremamente comuns. Só para se ter uma ideia, a média mundial de anda/para por pessoa é de 18 mil vezes por ano. Mas você sabe qual é essa medida no Brasil? Pois a Castrol, fabricante de lubrificantes, e a TomTom, empresa que atua na área de tecnologia, têm a resposta.
Na cidade de São Paulo, a campeã do “vai não vai”, cada condutor anda e para, em média, 22.800 vezes por ano. Em Salvador (BA), esse número de 20.520 vezes por ano. Já em Curitiba (PR) e Belo Horizonte (BH), é de 19.680 e 18.480 paradas por pessoa, respectivamente.
Em comparação com os dados coletados em 2013, as quatro cidades brasileiras se mantiveram acima da média mundial. São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba apresentaram melhoras sutis. Por outro lado, Salvador obteve um pequeno aumento. Esses resultados reforçam a necessidade de medidas para melhorar a mobilidade urbana nas metrópoles nacionais.
De acordo com o consultor de trânsito Flamínio Fichmann, o conceito de congestionamento está vinculado ao de capacidade da via e nível de serviço. O especialista lembra que São Paulo aumentou de 14 mil para 17 mil quilômetros a extensão de vias pavimentadas desde a década de 80, enquanto a frota passou de 1,6 milhão para 7,7 milhões de veículos no mesmo período – ou seja, o espaço físico foi ampliado em 21% para atender a uma demanda que cresceu 480%.
Além de deixar os motoristas mais cansados, o trânsito truncado prejudica os veículos. “O movimento de anda e para resulta no desgaste de diversos componentes do motor do automóvel e até 75% deste desgaste ocorre no momento em que se dá a partida”, afirma Silvio Sumioshi, professor da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI). E ele finaliza: “O carro faz um esforço muito grande a cada vez que para e vai sair novamente. Assim, é necessária uma boa lubrificação do motor para evitar o desgaste dos componentes essenciais para o seu bom funcionamento, como a parede do cilindro, as válvulas, além do virabrequim”.