PROTESTE realiza teste prático e comprova eficiência do ESC

Entidade quer que o Contran agilize a obrigatoriedade do dispositivo nos carros brasileiros, prevista para entrar em vigor apenas em 2022

Após reforçar o pedido para tornar obrigatório o Controle Eletrônico de Estabilidade (ESC) no Brasil, a PROTESTE Associação de Consumidores decidiu mostrar na prática a importância do dispositivo, em um teste realizado na última quarta-feira (23/03) no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

Na ocasião, dois Ford EcoSport foram utilizados na demonstração, que consistia em realizar um desvio de emergência a 60 km/h e depois um slalom (manobra em zigue-zague) para causar instabilidade no veículo. O carro branco não tinha o Controle de Estabilidade, enquanto o preto contava com o sistema.

César Urnhani, piloto profissional e responsável pela realização do teste prático, explicou a escolha dos veículos. “O segmento dos SUV’s compactos segue em alta no Brasil, apesar da crise, e por serem mais altos e equipados com pneus e rodas grandes, possuem uma instabilidade natural”, detalhou.

Hora da verdade

O primeiro carro avaliado foi o sem ESC. Na primeira parte, assim que o piloto simulou o desvio de emergência, a traseira do carro balançou bruscamente, exigindo habilidade do motorista para manter o controle e retornar à trajetória correta. Na parte do slalom foi ainda mais difícil segurar o veículo. Novamente a traseira teimava em sair da rota. Não acertar os cones era impossível, apesar de todo o esforço de Urhani.

Ecosport preta tinha o ESC, enquanto que a branca vinha sem o sistema. |Crédito: Leo Alves/ Garagem 360
Ford EcoSport preto tinha o ESC, enquanto o branco vinha sem o sistema | Foto: Leo Alves/ Garagem 360

Encerrada a demonstração sem o controle de estabilidade, foi a vez de mostrar como o modelo equipado com o dispositivo se sairia. Logo nos primeiros metros, durante o teste do desvio de emergência, a diferença já foi notada.

Assim que a traseira do EcoSport ameaçava escapar, o sistema automaticamente intervia e recolocava o carro em seu eixo. No slalom a diferença foi ainda maior, com o piloto conseguindo controlar melhor o veículo, e sem derrubar nenhum cone.

“O que o ESC faz é perceber qual roda do automóvel está perdendo o controle. Ele, então, freia para impedir a perda de estabilidade, ou corta por alguns instantes o fornecimento de combustível, para parar a aceleração. Este é o segundo item que mais salva vidas no trânsito, só perde para o cinto de segurança. É um verdadeiro anjo da guarda”, garantiu Urnhani.

ESC para 2017

Embora já esteja previsto que o ESC se torne obrigatório no Brasil em 2022, a PROTESTE pede para que a data seja alterada para o fim de 2017, visando reduzir os índices de acidente no País. Nos testes realizados ontem, a entidade comprovou na prática a eficiência do dispositivo, que, assim como os freios ABS, é um item de segurança ativa, capaz de impedir colisões, diferentemente do airbag, por exemplo, um item passivo, só acionado após a batida.

Agora, a associação, idealizadora da campanha Carro sob Controle, iniciada em novembro do ano passado, pede para que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) faça com o controle de estabilidade o mesmo que foi feito com o ABS e a bolsa inflável, ou seja, torná-lo obrigatório o mais rápido possível, para tornar os veículos brasileiros mais seguros. Atualmente, o ESC está presente em apenas 5% a 10% dos modelos vendidos no País.

Leo Alves
Leo AlvesJornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.
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