Opinião: Lewis Hamilton é o maior nome da história da Fórmula 1

Durante o GP de Portugal, realizado na bela pista de Portimão, Lewis Hamilton superou as 91 vitórias de Michael Schumacher

Durante o GP de Portugal, realizado na bela pista de Portimão, Lewis Hamilton superou as 91 vitórias de Michael Schumacher e se tornou o maior vencedor de corridas da história da Fórmula 1. Recorde este que durava desde 2006 e que parecia inalcançável. Pois o inglês não só chegou a este número – com a vitória no GP de Eiffel, na Alemanha – como ultrapassou-o no último domingo. Rumo ao sétimo título – que é outro recorde de Schumacher – não é nenhum exagero dizer que Hamilton é sim o maior nome da história da Fórmula 1.

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Trajetória de Lewis Hamilton

Quando Hamilton entrou na Fórmula 1, em 2007, pouco se sabia sobre o campeão da GP2 de 2006. Dono de um assento da McLaren, o inglês era um mero coadjuvante na pré-temporada, já que seu companheiro de equipe seria ninguém menos que Fernando Alonso, então bicampeão do mundo pela Renault. Primeiro negro da história da Fórmula 1, Lewis tinha tudo para ser apenas o segundo piloto, mas bateu de frente com Alonso e quase conseguiu ser campeão já em sua temporada de estreia. Erros cruciais nas duas últimas provas daquele ano (China e Brasil) tiraram a conquista por apenas um ponto. Apesar da derrota para Kimi Raikkonen da Ferrari, foi um ano positivo. A primeira vitória veio em sua sexta corrida na categoria, durante o GP do Canadá.

Sem a sombra de Alonso, que voltou à Renault após brigar com Deus e o mundo na McLaren, Hamilton se tornou o protagonista da equipe em 2008. O título parecia ser questão de tempo e, para a tristeza de Felipe Massa e boa parte da torcida brasileira, ele veio na última curva do inesquecível GP Brasil daquele ano. Enfim o mundo se curvava ao campeão Lewis Hamilton.

Grato pela oportunidade dada pela McLaren, que apadrinhou Lewis ainda no kart e ajudou na construção de sua carreira, o britânico permaneceu na equipe até 2012. De maneira surpreendente, ele anunciou sua ida para a Mercedes em 2013, justamente para ocupar o cockpit de Schumacher. À época o time alemão parecia promissor, mas andava na maior parte do tempo no meio grid. Pontos eram frequentes. Pódios tornavam-se mais comuns. Vitórias eram escassas e só surgiram nas mãos de Nico Rosberg.

Hamilton e o mundo do automobilismo não imaginavam, mas este foi o maior acerto de sua carreira na Fórmula 1.

Títulos frequentes e ativismo

Lewis deixou a McLaren com 21 vitórias e um campeonato do mundo – o último da equipe até aqui. Até lutou pelos campeonatos de 2010 e 2012, mas não foi páreo para o antigo rival Fernando Alonso (então na Ferrari) e Sebastian Vettel (que vivia seu auge na Red Bull). Era preciso uma mudança de ares. E foi justamente o que ele viveu na Mercedes. Em sua nova casa, Hamilton cresceu como piloto e passou a ser cada vez mais importante fora das pistas. Se tornou uma celebridade do mundo e passou a utilizar a sua voz e seu espaço para promover as causas que ele defende, como as bandeiras antirracismo e que pedem mais justiça social.

Enquanto empilhava vitórias (71) e títulos mundiais (5) pela Mercedes, Lewis tornou-se o porta-voz das minorias e virou uma das referências do esporte quando as manifestações antirracismo explodiram no mundo em 2020. Sua equipe abraçou a causa e pintou seus carros de preto para a temporada deste ano.

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Ao se posicionar e tomar partido em um esporte conhecido pela alienação de seus participantes, Hamilton mostrou-se como um importante nome no combate às injustiças do planeta. E essas atitudes, aliadas às suas conquistas e ao sucesso na principal categoria do automobilismo, fazem de Lewis Hamilton o maior nome da história da Fórmula 1. Aquele que será lembrado não só pelo sucesso nas pistas, mas também pelas bandeiras que carrega em sua vida.

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Leo Alves
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Leo Alves

Jornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.

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