Niki Lauda e suas cias aéreas: quando um campeão da F1 resolveu trocar o volante pelo manche
Niki Lauda é um dos nomes mais marcantes da história da Fórmula 1. O austríaco tem no currículo três títulos mundiais (1975,1977 e 1984).
Niki Lauda é um dos nomes mais marcantes da história da Fórmula 1. O austríaco tem no currículo três títulos mundiais (1975,1977 e 1984), além de ser sobrevivido a um acidente terrível em 1976. Nesse ano, inclusive, protagonizou uma forte disputa com o britânico James Hunt, que foi imortalizada nos cinemas em 2013 com o filme Rush.
Além de todo esse histórico nas pistas, ele é um dos líderes da equipe Mercedes atualmente, sendo um dos pilares do domínio dos carros prateados desde 2014. Porém, mesmo com toda essa ligação com as pistas, Lauda já abandonou as competições quando ainda era piloto. Em 1979 ele deixou a Fórmula 1 para cuidar de sua primeira companhia aérea, a Lauda Air.
Lauda Air
Fundada nesse mesmo ano, a companhia operou até 2013, quando foi absorvida pela Austrian Airlines. A empresa foi autorizada a voar apenas em 1985, utilizando modelos BAC One Eleven.
Nesse intervalo, Lauda voltou para a F1. Em 1982 ele retornou à categoria como piloto da McLaren. Dois anos depois, em 1984, conquistou seu terceiro e último título mundial por apenas 0,5 ponto.
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Niki voltou a se aposentar das pistas em 1985, dessa vez em definitivo. Enquanto isso, sua companhia aérea realizava apenas voos charter e táxi-aéreo. Somente em 1987 ela foi autorizada a voar comercialmente. Para essa nova etapa a empresa utilizava alguns Fokker F-27 e Boeing 737.
Algum tempo depois o Airbus A320 e os modelos Boeing 767 e 777 também passaram a fazer parte da frota da companhia.
Voo Lauda Air 004
No dia 26 de maio de 1991, o voo Lauda Air 004 partiu de Hong Kong e tinha como destino o aeroporto de Viena, na Áustria. Às 23h17 do horário local, o Boeing 767-300ER caiu na Tailândia, matando todos os 223 ocupantes.
Lauda fez questão de visitar o local do acidente e encabeçou uma investigação paralela, O austríaco tinha plena convicção que sua tripulação não tinha culpa no acidente, e desconfiava de algum problema mecânico.
Niki tinha razão, já que o laudo apontou que uma falha em um dos motores acionou o reverso em pleno voo. Isso causou a perda do controle da aeronave e, consequentemente, a queda.
Apesar dessa tragédia, a Lauda Air foi muito importante para seu país. Ela voou para diversos países, como Austrália, Itália, França, Portugal, Islândia e até Cuba. Em 2000 a Austrian Airlines comprou a empresa do ex-piloto, encerrando as operações 13 anos depois.
Niki
Houve, porém, outra companhia na vida do tricampeão mundial. A Niki foi fundada em 2003, quando o austríaco comprou a Aero Lloyd Austria. Entre os destinos, a empresa operou rotas domésticas e também para alguns países europeus e do norte da África.
A Air Berlin fechou uma parceria com a Niki em 2004. O acordo envolvia cooperação nos canais de vendas, em aeronaves e voos. As aeronaves utilizadas pela companhia foram modelos Airbus A320 e A321, além de aviões da Embraer,como o E190. Alguns Boeing 737 também foram utilizados.
No final de 2017, a Air Berlin declarou falência. Como a Niki já fazia parte da companhia, ela também encerrou suas atividades. Lauda já estava afastado da companhia desde 2011, quando havia deixado o comando.
Mesmo assim, esse foi o fim da segunda empresa que levava o nome do campeão de Fórmula 1 pelos ares. Ao menos a Mercedes segue dominando a categoria máxima do automobilismo, o que mostra que Lauda não era só bom no volante. O austríaco também sabe comandar grandes equipes.
Na galeria, veja algumas das aeronaves que fizeram parte das empresas do austríaco.
Jornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.