Navio da BYD chega ao Brasil com 7 mil carros e ‘burla’ imposto da Anfavea
Navio da BYD chega ao Brasil com 7 mil carros e 'burla' imposto da Anfavea. Veja como anda essa "briga" entre montadora e entidade.
Em meio a acusações de concorrência desleal pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), o navio da BYD chega ao Brasil com 7 mil carros. O intuito é aumentar o estoque antes da nova rodada de impostos de importação de carros elétricos.
Navio da BYD chega ao Brasil com 7 mil carros e ‘burla’ imposto da Anfavea
Essa é a segunda remessa de carros vindos da China para o Brasil este ano. A primeira, em fevereiro, trouxe cerca de 5.500 veículos elétricos e híbridos a bordo do BYD Explorer 01, o navio de transporte de carros da marca.
Dessa vez, o grande cargueiro veio com carga máxima: 7.117 unidades para abastecer o mercado local antes do aumento da alíquota do imposto de importação, que em julho próximo passa dos atuais 18% para 25%.
Em janeiro do ano passado, o governo federal iniciou o aumento gradual da alíquota de veículos 100% elétricos e híbridos, com o objetivo de estimular a produção e montagem no Brasil. Em julho de 2026 para 35%.
Com a ajuda do navio, a marca chinesa conseguiu ampliar seu estoque, evitando o repasse do custo ao consumidor final e obtendo uma pequena vantagem antes de iniciar a produção nacional, adiada por conta do atraso nas obras. Ainda assim, a montadora quer iniciar a operação em Camaçari (BA) este ano.
Anfavea quer antecipação da alíquota completa
A Anfavea não vê com bons olhos o crescimento da BYD e de outra chinesa, a GWM no setor da eletrificação. As marcas que mais vendem veículos neste segmento já confirmaram suas operações nacionais, mas antes disso podem sofrer com as retaliações.
Com a justificativa de que a BYD estaria mantendo um estoque de 40 mil unidades, a entidade solicitou recentemente ao governo federal, a antecipação da alíquota de 35% para todos os elétricos e híbridos importados.
“[Trata-se de] um desequilíbrio no comércio exterior que pode afetar ainda mais a produção, os investimentos e os empregos na cadeia automotiva brasileira”, disse a Anfavea em um comunicado.
No entanto, a estratégia da BYD é válida, uma vez que a Receita Federal calcula o imposto no momento que o carro entra no país, mesmo que seja vendido meses depois.
“Nenhum país do mundo, com indústria automotiva instalada, tem uma barreira tão baixa para as importações, o que torna o nosso importante mercado um alvo fácil, especialmente para modelos que estão sendo barrados por grandes alíquotas na América do Norte e na Europa. Elas são de 100% nos EUA e Canadá, e podem chegar a 48% na Europa”, diz a Anfavea.
O que acha do pedido da Anfavea? É perseguição ou está apenas visando um mercado justo? Responda nos comentários!
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.