Mercedes-Benz A250 2021: hatch vale os R$ 320 mil pedidos?

O Mercedes-Benz A250 2021 é um dos poucos remanescentes de um segmento ameaçado de extinção. Basta procurar nas ruas ou nos sites das montadoras para notar que o segmento de hatches médios praticamente sucumbiu.

Dentre os nacionais, não há mais nenhum, já que o Chevrolet Cruze Sport6 é produzido na Argentina. E ele é o único a não ser do segmento de luxo. Dentre os luxuosos, o Classe A resiste, mas já vê uma enxurrada de SUVs (até mesmo em sua fabricante) ameaçar sua existência no mercado brasileiro.

Com este cenário é meio inevitável questionar se vale investir no menor Mercedes-Benz (em dimensões) do mercado. E é isso que tento responder neste teste após uma semana de convívio com o A250.

Mercedes-Benz A250 2021: os atrativos do hatch

Vale lembrar que este não é o nosso primeiro contato com o Classe A da geração atual. Em novembro de 2019, quando o mundo ainda era normal, tive a chance de andar no Mercedes-AMG A 35, versão apimentada do hatch. E no começo de 2020, pouco antes da pandemia eclodir, andei no A200 sedã.

Agora foi a vez de conhecer a única versão não esportiva do hatch disponível no Brasil. Puxado pelo motor 2.0 turbo de 224 cv e 35,7 kgfm, o A250 está disponível por R$ 320 mil no momento que escrevo este texto, já que os preços dos carros andam muito voláteis e podem subir a qualquer instante. Sim, é bastante dinheiro para um carro que não é lá dos mais espaçosos, mas o hatch tenta compensar com uma boa experiência ao volante e um pacote de equipamentos generoso.

Vida a bordo

Se o primeiro Classe A era um misto de hatch e minivan que não agradou muita gente pelo seu design, agora ele é um hatch chamativo e bem bonito. Suas linhas são elegantes e modernas, mas sem nada extravagante. Não há vincos em excesso e o carro é sóbrio como a maioria dos Mercedes-Benz. Ao abrir a porta, o belo revestimento claro da cabine transmite uma certa sofisticação e deixa o ambiente bem arejado, além de dar a sensação de que há mais espaço do que realmente existe.

O acabamento do A250 é bom, mas não espere nada tão refinado como o dos sedãs maiores da marca. Mesmo assim, há bastante uso de couro e materiais macios ao toque. As enormes telas que cumprem as funções do painel de instrumentos e da central multimídia, como já se tornou padrão nos modelos da marca, também estão presentes no interior do carro.

Achar uma boa posição para conduzir o A250 é fácil, já que há regulagem elétrica para o banco e os ajustes de altura e profundidade da coluna de direção. Portanto, nesse aspecto, o modelo leva uma nota 10, afinal seu banco é bastante confortável e acomoda bem o corpo.

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No entanto, quem vai atrás não tem a mesma comodidade. Assim como o A200 sedã, o hatch tem um banco traseiro bastante baixo. Com isso, quem é mais alto acaba ficando um pouco desconfortável. O espaço para pernas e cabeça não é tão amplo também, mas dá para acomodar dois adultos no local.

Bom desempenho

Porém, é ao volante que o Mercedes-Benz A250 conquista. Baixo e largo, o hatch tem dirigibilidade e estabilidade exemplares. É impressionante o apetite do modelo em fazer curvas. Porém, as rodas grandes de 18 polegadas e os pneus de perfil baixo, juntamente com o acerto de suspensão, fazem com que o conforto seja um pouco prejudicado. As imperfeições do piso são mais sentidas na cabine do modelo.

O desempenho do modelo também agrada. Segundo a marca, ele faz de 0 a 100 km/h em 6,2 segundos. Não foi possível medir esse tempo, mas garanto que o hatch ganha velocidade com desenvoltura, sendo necessário controlar o pé direito para manter o carro na velocidade ideal.

Vale a pena comprar o Mercedes-Benz A250 2021?

Ao volante, o A250 é encantador, andando bem e entregando um bom nível de tecnologia e sofisticação. No entanto, sua compra, pelo preço atual, é bem mais emocional do que racional. Isso porque por R$ 320 mil é possível comprar modelos maiores e mais espaçosos de outras marcas. Em seu segmento, o rival BMW Série 1, na configuração 118i, custa R$ 260 mil, mas utiliza um motor de 140 cv.

Dessa forma, é um pouco complexo responder a pergunta. Racionalmente, o A250 não vale a compra. No entanto, após andar no carro, a emoção fala mais alta e ignora até os pequenos pontos negativos do veículo – como a já citada dureza em pistas mais acidentadas, a falta do ar-condicionado duas zonas e o sistema MBUX que é confuso e não entende bem os comandos de voz. E como quase nunca a compra de um carro é racional, quem sou eu para dizer que um carro tão bom dinamicamente não vale a compra.

Ficha técnica do Mercedes-Benz A250 

  • Motorização: 2.0 Turbo a gasolina com 224 cv de potência a 5.800 rpm
  • Torque: 35,7 kgfm a 1.800 rpm
  • Transmissão: Automatizada de sete marchas de dupla embreagem
  • Dimensões: 4,41 m x 1,79 m x 1,44 m (comprimento x largura x altura)
  • Distância entre eixos: 2,72 m
  • Peso: 1.445 kg
  • Tanque de combustível: 43 L
  • Consumo Inmetro (apenas gasolina): 10,5 km/l (cidade) / 14,6 km/l (estrada)
  • Porta-malas: 370 L
  • Preço: R$ 320 mil (pelo site da marca em 15/06/2021)

Leo Alves
Leo AlvesJornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.
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