Inovar-Auto incentiva modernização do setor automotivo

Projeto tem como objetivo a produção de veículos mais seguros, tecnológicos e sustentáveis

Criado em 2012, o Programa de Incentivo à Inovação e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto) tem como objetivo incentivar montadoras e fabricantes de autopeças a investirem em inovação. Com validade de 2013 a 2017, por enquanto, seus responsáveis estão aguardando um posicionamento do Governo para a discussão de uma segunda fase.

“A proposta do Inovar-Auto é apoiar o desenvolvimento tecnológico, melhorar a segurança dos veículos, trabalhar para aumentar a eficiência energética e preservar o meio ambiente. Além disso, ele trabalha com incentivos fiscais para as montadoras e aumenta a competitividade entre o mercado de produção local”, explica Edson Orikassa, presidente da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), que está diretamente ligada às pesquisas do projeto.

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Motor de três cilindros do VW up! TSI tem queima mais eficiente de combustível  | Foto: Reprodução

Ele diz ainda que, em 2015, um dos assuntos mais discutidos no Inovar-Auto foi a portaria MDIC n.º 74. Ela dispõe sobre procedimentos a serem observados para o cumprimento da meta de eficiência energética. Alguns veículos, como o Volkswagen up! e o Kia Picanto já adotaram o motor de três cilindros, uma tendência tecnológica apoiada pelo plano – o sistema conta com uma queima mais eficiente de combustível.

Segundo um estudo australiano, apresentado durante um evento realizado pela AEA para a imprensa automotiva, veículos a diesel e híbridos foram os que apresentaram as melhores opções tecnológicas considerando a relação entre potencial de redução de consumo e custo. “Os híbridos e os movidos a diesel são muito comuns no exterior. Nós apoiamos a popularização dessas categorias por aqui, entretanto, cabe ao governo definir a política energética de combustível do País”, explica Orikassa.

Destaques em 2015

O Electronic Stability Control (ESC) foi outro tema técnico bastante discutido este ano. Conhecido no Brasil como Sistema de Estabilidade Dinâmica Veicular, ele ajuda a estabilizar o carro e auxilia na condução. A AEA elaborou um parecer técnico sobre a sua aplicação, já aprovado pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e que hoje encontra-se para deliberação junto ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

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“As montadoras terão um prazo de cinco a sete anos para implementar o sistema em 100% dos carros produzidos. Os testes são realizados em pistas de gelo, então, são necessários alguns anos para poder avaliar e aperfeiçoar o sistema, sempre no inverno. E alguns veículos terão de passar por mudanças drásticas se quiserem ficar compatíveis com às exigências. Acredito que muitos vão acabar saindo de linha”, afirma Orikassa.

O Programa Brasileiro de Combustíveis, Tecnologias Veiculares e Emissões (PCVE) também se destacou em 2015. No total, foram mais de 1.400 testes feitos em 11 tipos de combustíveis diferentes (gasolina, etanol e diesel). O objetivo é levantar informações relacionadas ao impacto na qualidade do ar e nas emissões de poluentes.

Os dados coletados durante os estudos serão usados por equipes da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) para a construção de modelos matemáticos. Por meio deles, será possível identificar as melhores estratégias para o uso dos combustíveis.

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Maria Beatriz Vaccari
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