No último sábado, 21, a General Motors (GM) pegou centenas de funcionários de surpresa com e-mails e telegramas informando suas demissões. Até então, a montadora não havia informado quantas foram, mas segundo o Sindicato dos Metalúrgicos nesta quarta-feira, 25, este número foi de 800 funcionários.
GM confirma corte de 800 funcionários
Os números (confirmados pela montadora) somente foram repassados na noite de terça-feira, 24.
As baixas, que representam 20% do total de funcionários, aconteceram em São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes.
Em São José dos Campos trabalham cerca de 4 mil profissionais, produzindo os modelos S-10 e Trailblazer. Desse total, 1,2 mil já estavam em layoff, com seus contratos temporariamente suspensos.
De São Caetano saem o SUV Tracker, a perua Spin e a picape Montana. Lá, estão outros 7 mil funcionários.
Já a unidade de Mogi das Cruzes fabrica componentes para as demais unidades e conta com aproximadamente 500 trabalhadores.
Em resposta às demissões, os metalúrgicos da GM de São José dos Campos realizaram um ato em frente a fábrica em protesto.
Durante o ato simbólico realizado na manhã da quarta-feira, foram pendurados cerca de 100 uniformes de trabalho na portaria da unidade, contendo diversas mensagens de luta.
Os trabalhadores pediam a volta de seus empregos, reclamavam da falta de consideração da empresa pelos anos de serviços prestados e pediram ajuda dos governos estadual e federal.
“O varal de uniformes simboliza a luta em defesa dos empregos e chama a atenção da sociedade para que todos se unam a essa mobilização. Seguiremos firmes na greve e na batalha para cancelar os cortes arbitrários”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Valmir Mariano.
Um novo ato está programado para a quinta-feira, 25, às 9 horas, na sede do Sindicato (Rua Maurício Diamante, 65, Centro, São José dos Campos). Em seguida os manifestantes vão fazer uma passeata rumo ao centro da cidade.
A Greve continua
A greve contra as demissões entra em seu terceiro dia, uma vez que a empresa realizou os cortes sem negociações com o sindicato ou representantes dos metalúrgicos.
Além disso, a empresa não respeitou o acordo de layoff em junho, que garantia a estabilidade dos funcionários.
Diante das cobranças não atendidas, o Sindicato dos Metalúrgicos que representa os trabalhadores da GM agendou uma reunião com o secretário da Fazenda e Planejamento Samuel Yoshiaki Oliveira Kinoshita, em São Paulo, para hoje.
A entidade ainda aguarda retorno sobre a reunião com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Até o presidente Lula foi acionado por meio de uma carta solicitando reunião em com a Presidência e o Ministério do Trabalho em caráter de urgência.
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