Financiamentos devem cair mais de 8%, diz ANEF

Balanço trimestral da entidade ainda mostra queda no saldo de crédito para aquisição de veículos

A Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (ANEF) divulgou o relatório trimestral com a avaliação dos primeiros três meses do ano para o setor. De acordo com a entidade, o saldo do crédito para aquisição de veículos por pessoas físicas e jurídicas corresponde a 4% do Produto Interno Bruto (PIB) contra 4,5% no mesmo período do ano anterior, um decréscimo de 0,5%, passando a representar 6,7% do total do crédito do Sistema Financeiro Nacional e 13% do total das operações de crédito, os chamados recursos livres.

Os dados também mostram que não houve grandes mudanças nas modalidades de pagamento em relação ao ano passado. Do total geral, 52% foi realizada por financiamento, 7% por consórcio e 2% por leasing. O restante, 39%, foi comercializada após pagamento à vista.

Para Décio Carbonari, presidente da ANEF, o momento econômico que o país atravessa contribui para os números abaixo do esperado. “A atual conjuntura econômica é negativa e impactou fortemente a venda de veículos”, diz. No entanto, ele ressalta sua esperança nas decisões que o governo está tomando para reaquecer o setor: “As correções necessárias para resgatar a confiança começam a ser tomadas pelo governo e abriu-se a perspectiva de aumento nos investimentos em infraestrutura”.

Em números

Nos dados financeiros, a soma dos saldos das carteiras de veículos fecharam em R$ 205,4 bilhões, cifra que representa baixa de 1,2% no mês de março e 7,3% nos últimos de doze meses. Os financiamentos por CDC renderam R$ 197,7 bilhões e também apresentaram retração de 1,2% em relação a fevereiro e 5,6 na comparação com o último ano. O saldo de leasing também apresentou resultados ruins: R$ 7,7 bilhões e contração de 1,3% e 35,8%, respectivamente.

Juros e prazos

Segundo a ANEF, as taxas cobradas pelos bancos das montadoras são mais atraentes ao consumidor. Com a taxa Selic em 1% ao mês e 12,75% ao ano, a média de março ficou em 1,52% e 19,84%, respectivamente. Nos prazos, os planos máximos disponibilizados continuam em 60 meses e o prazo médio é de 41,4 meses de financiamento.

Inadimplência em queda

A boa notícia para o setor fica por conta dos números de inadimplentes divulgados pela associação. A entidade anunciou que não houve alteração em relação ao último mês – o total da carteira de CDC se manteve estável em 3,9% no mês de março. Nos últimos 12 meses, a queda foi de 1,1 ponto percentual. Para pessoa jurídica o quadro também é estável: inadimplência em 4,2%, 0,0 ponto percentual no mês e queda de apenas 0,1% em 12 meses.

Para este ano, a projeção da ANEF é de queda o saldo de financiamentos tenha uma queda de 8,8% e os recursos liberados retraiam em até 9,2%.

 

Rodrigo LoureiroRodrigo Loureiro é repórter do site Garagem 360 e da Agência Entre Aspas. Em 2014 atuou na redação do portal UOL Esporte e também já escreveu para as editorias de tecnologia e turismo de outros portais e publicações.
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