Fabricantes esclarecem mitos e verdades sobre os radares de trânsito

Empresas comentam os boatos que rondam, principalmente, as redes sociais a respeito dos equipamentos

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Radares ainda são alvos de muitas dúvidas  | Foto: Divulgação

Não é difícil encontrar algum rumor que envolva radares de trânsito. Há quem diga que alguns deles multam independentemente da velocidade fotografada. Outros, que fiscalizam o uso de celulares na condução e a falta de cinto de segurança. Com tantas “informações”, fica difícil saber o que é ou não verdade, por isso, o Garagem 360 foi atrás de quem constrói esses equipamentos.

Segundo as empresas Kopp e Perkons, há diversos tipos de produtos que fiscalizam infrações de trânsito: portáteis, móveis, fixos ou estáticos. Fora isso, seus medidores também variam, podendo utilizar laser, doppler ou laço indutivo. Todos, no entanto, têm o mesmo objetivo.

Para se ter uma ideia da importância do item na fiscalização, somente no primeiro semestre deste ano, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) aplicou 6.098.229 multas na cidade de São Paulo. O número é 22% maior do que o registrado no mesmo período de 2014. Veja abaixo o que é ou não verdade.

Funcionam 24h por dia.

Depende. Apesar de funcionarem o tempo todo, eles só fiscalizam nos horários desejados pelos órgãos regulatórios. Por exemplo, em uma via onde é proibido trafegar das 8h às 12h, o radar não é utilizado neste intervalo de tempo. Em locais que necessitam de “vigilância” constante, aí sim os equipamentos funcionam ininterruptamente.

Os radares têm tolerância de velocidade.

Verdade. A resolução nº 396/11 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) prevê que a margem de erro é de 7 km/h para velocidade até 100 km/h e 7% acima de 100 km/h.

Os radares de velocidade fotografam motoristas sem cinto ou usando o celular.

Mito. De acordo com a Kopp, “a legislação vigente não permite este tipo de operação”. No entanto, câmeras de monitoramento e agentes de trânsito podem ser usados para coibir motoristas que estejam cometendo estes tipo de infrações.

Eles multam apenas infrações de velocidade e condução em dias rodízio e em faixas de ônibus.

Mito. Além dessas, há funcionalidades que identificam o avanço aos sinais vermelhos e a parada do veículo sobre a faixa de pedestres na mudança do sinal luminoso, entre outros.

Motociclistas podem ser flagrados.

Depende. As empresas afirmam que alguns equipamentos não contam com tecnologia para captar fotos que possam registrar irregularidades cometidas por tripulantes de motocicletas. Outros, sim.

Os radares podem sofrer adulterações para aumentarem a velocidade registrada.

Mito. Por serem conferidos, homologados e aprovados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), os equipamentos são à prova desse tipo de modificação. “Há uma série de itens de segurança, tais como criptografia dos registros e imagens e procedimentos que inviabilizam qualquer alteração”, afirma Ricardo Simões, gerente de produtos da Perkons.

O equipamento pode confundir as placas e multar outro motorista por engano.

Verdade. Como explica a Perkons, a porcentagem de acerto da tecnologia que faz a leitura da placa não é de 100%, mas, sim, superior a 80%. O processo de validação, porém, descarta os registros considerados inconsistentes.

Os radares podem ser usados para tentar encontrar veículos roubados.

Depende. A Kopp comenta que é preciso que eles contem com o Leitor Automático de Placas (LAP). A tecnologia identifica os caracteres e confronta-os com o banco de dados do órgão de trânsito. Informações como licenciamento, documentação e pagamentos de taxas também podem ser obtidos com esta verificação.

LEIA MAIS: Atenção, motorista: é proibido o uso de fone de ouvido e alguns tipos de calçados durante a condução

Rodrigo LoureiroRodrigo Loureiro é repórter do site Garagem 360 e da Agência Entre Aspas. Em 2014 atuou na redação do portal UOL Esporte e também já escreveu para as editorias de tecnologia e turismo de outros portais e publicações.
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