Uma explosão de automóvel convertido para Gás Natural Veicular (GNV) danificou e interditou um posto de combustível na semana passada na cidade de Cabo Frio (RJ).
A existência de veículos irregulares ou com inspeção atrasada tem sido alertada pelas entidades do setor há muito tempo, sem que haja incremento na fiscalização pelos órgãos competentes. Entenda melhor os riscos da instalação de GNV em veículos irregulares.
Alerta sobre GNV em veículos irregulares
Em fevereiro deste ano, a Associação Nacional dos Organismos de Inspeção (Angis) emitiu um alerta a diversas autoridades responsáveis pelo controle e fiscalização do setor automotivo sobre o risco de explosões no momento do abastecimento de veículos convertidos ao GNV.
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Na maioria dos casos, a inspeção obrigatória não foi realizada ou está em atraso – à época, um total de 78% da frota do Estado de São Paulo estava nessa situação.
Na ocasião, a Angis comunicou o problema para órgãos como a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre outros.
“Em função dos acidentes que vêm acontecendo por todo o País com veículos convertidos a GNV, a Angis vem desenvolvendo um amplo trabalho de conscientização junto às autoridades federais, estaduais e municipais, a respeito da necessidade de fiscalização mais efetiva sobre os veículos irregulares”, explica Aquiles Pisanelli, presidente da entidade.
Legislação determina inspeção obrigatória
A inspeção veicular é obrigatória para veículos movidos a GNV e determinada pela Lei Estadual 16.649/2018, de SP, pela portaria 122/2002 do Inmetro e pela Resolução Contran 916/2022, que determina que:
“a cada licenciamento, o proprietário de veículo que utiliza o GNV como combustível deve apresentar novo CSV ao respectivo órgão ou entidade executivo de trânsito do Estados ou do Distrito Federal.”
De acordo com dados da Senatran, de janeiro a setembro do ano passado foram realizadas mais de 160 mil conversões de veículos para GNV – um aumento de 86% quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
A inspeção deve ser realizada obrigatoriamente após a conversão, uma vez que o cilindro que armazena o GNV é abastecido em alta pressão (220 bar). Os veículos aprovados em inspeção recebem o selo do Inmetro, que deve ser exigido pelos frentistas no ato de abastecimento dos automóveis movidos a GNV.