A Stellantis, grupo detentor de 14 marcas automotivas como Jeep, Opel e Citröen, fez um teste dinâmico com um de seus veículos para avaliar a emissão total de CO2 com diferentes tipos de combustível. Os resultados mostraram que o Etanol pode ser menos prejudicial para o ambiente, inclusive mais que o motor elétrico. Entenda!
Motor elétrico emite mais CO2 que o motor a etanol?
Ao contrário do que muita gente ligada ao setor automotivo pensa, no atual momento o carro elétrico não tem emissão zero de CO2. Isso ocorre porque durante a obtenção da energia, há sim emissões, visto que a matriz energética nem sempre é renovável.
O teste da Stellantis mostra justamente isso. A simulação foi feita em um carro alimentado com quatro fontes, com o etanol sendo comparado em tempo real com outras três: gasolina (E27), Elétrico (BEV – matriz brasileira), Elétrico (BEV – matriz europeia).
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O comparativo se baseou em metodologias e equipamentos desenvolvidos pela Bosch, líder mundial de tecnologias e serviços, além de equipamentos de medição inteligente e de alta qualidade.
Well to wheel
No estudo, foram considerados não apenas a emissão de CO2 relacionada à propulsão dos veículos, mas também a todas as emissões geradas durante o ciclo de geração e consumo. Esse é um conceito chamado de well to wheel (poço de roda), que leva em consideração a obtenção de matérias-primas para a produção dos combustíveis até seu emprego nos motores.
Durante o teste, o veículo percorreu 240,49 km em um simulador. A partir daí foi possível obter os seguintes resultados de emissões de CO2:
- Gasolina (E27): 60,64 kg CO2eq
- 100% elétrico (BEV) com energia europeia: 30,41 kg CO2eq
- Etanol (E100): 25,79 kg CO2eq
- 100% elétrico (BEV) com energia brasileira: 21,45 kg CO2eq
Os dados comprovam que o uso do etanol pode ser mais vantajoso que um motor elétrico de matriz europeia. Porém, quando comparado com um motor elétrico de energia brasileira, o elétrico é mais vantajoso.
Apesar dos números do Etanol serem um pouco superiores aos do BEV, quando se considera o total de emissões de todo o ciclo energético, o motor a etanol apresenta vantagens, inclusive se comparado ao elétrico europeu.
Quando a comparação é feita com gasolina, o etanol se mostra ainda mais relevante. O resultado ainda mostra que na comparação dos dois combustíveis, o uso do etanol evitou a emissão de 34,85 kg de CO2eq no trajeto, o que equivale a 144 gramas de CO2eq por km rodado. Isso mostra que o etanol é capaz de reduzir mais de 60% a emissão de carbono.
“Os resultados comprovam as vantagens comparativas da matriz energética brasileira, principalmente a importância dos biocombustíveis para uma mobilidade mais sustentável”, analisou Antonio Filosa, presidente da Stellantis para a América do Sul.
Tal estudo faz parte dos planos do grupo automotivo em desenvolver um carro híbrido movido a etanol e motor elétrico, deixando de lado a gasolina. O tema é cada vez mais frequente entre as marcas, uma vez que em locais como o Brasil, fontes de energia limpa, como é o caso do etanol não deve ser dispensado tão cedo.