A falta de semicondutores segue provocando diversos efeitos negativos no mercado de automóveis 0km. De acordo com a Fenabrave, um deles é que os estoques de carros seguem em baixa. Com isso, o número de emplacamentos também caem.
E os números do mercado nos últimos meses mostram isso. O último mês de julho foi considerado o pior mês de julho desde 2005. Isso porque foram registrados números de emplacamentos (entre os automóveis de passeio) muito baixos.
Estoques de carros em 2021; confira mais dados
O relatório divulgado pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores mostrou que foram vendidos 123.579 automóveis de passeio. Isso representa uma queda de 7,30% com relação ao mês anterior.
A situação se torna mais preocupante quando vemos que o número de carros comercializados teve uma retração de 8,41% em comparação ao mesmo mês, só que em 2020.
Mesmo juntando com os números de vendas de comerciais leves, que foram positivos, o mês ainda terminou abaixo. Os 162.404 veículos vendidos em julho representaram uma queda de 4,23% em comparação ao mês anterior.
Mas qual é o motivo destas quedas? Isso pode ser colocado na conta de um problema já conhecido. Muitas marcas vem sofrendo com a falta de semicondutores. Dentre elas, podemos destacar a Chevrolet, a Hyundai e a Volkswagen.
Esta última concedeu férias coletivas para 800 funcionários de uma de suas instalações (de Taubaté-SP). A Renault também passou por problemas. Entretanto, a expectativa é que a produção de veículos de passeio na fábrica de São José dos Pinhais-PR se normalize na próxima semana.
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Esta crise também fez com que a Fenabrave mudasse suas projeções. Em janeiro, a expectativa da entidade era vender 1.863.658 (um aumento de 15,4%). Porém, em julho, ela passou a ser de 1.780.095 automóveis. Até o momento, foram licenciados 927.735 automóveis de passeio.
Mais efeitos da crise
A falta de semicondutores não está fazendo com apenas com que os estoques de carros novos . Ela vai fazendo com que outras áreas registrem quedas em suas atividades. A exportação de veículos em julho, por exemplo, foi 29,1% menor que em junho. Isso de acordo com a ANFAVEA.
Já o mercado de carros usados vivem um bom momento. Segundo a Fenabrave, foram negociados ao todo 1.061.013 carros durante o sétimo mês do ano. Um crescimento de 6,83%. Só os automóveis de passeio foram responsáveis por 901.460 unidades negociadas em todo o território nacional.
Outros setores estão indo bem
Apesar da queda de 0,02% (309.494 unidades emplacadas) com relação a junho, o setor automotivo em geral vem mostrando que está conseguindo se reerguer. O acumulado do ano já ultrapassou a marca das 2 milhões de unidades negociadas – aumento de 33,74% com relação ao ano passado.
“O número de emplacamentos, até agora, mostra que o setor, no geral, mantém sua trajetória de recuperação, com um volume total próximo ao que registramos nos últimos anos, antes da pandemia. E se a produção estivesse normalizada, principalmente, para automóveis, poderíamos ter um crescimento ainda maior do que o previsto para este ano”, afirma Alarico Assumpção Júnior, Presidente da FENABRAVE.
Destaque para a venda de motocicletas. No último mês, este mercado cresceu 5,50%. Sendo que foram vendidas 112.586 motos novas. O de caminhões também fechou em alta (3,48%). Aqui, a FENABRAVE destaca a boa oferta e a aprovação de crédito “Hoje, cerca de 8 a cada 10 fichas de financiamento são aprovadas”, disse Assumpção.
