A indústria automotiva presenciou um fato que entrou para a história. Trata-se de um carro que alcançou uma velocidade de 315 km/h e conquistou o recorde brasileiro. A seguir, o Garagem360 conta todos os detalhes desse feito inédito.
Onde aconteceu o recorde histórico?
Foi na rodovia BR-101, no município de Bertioga, no dia 15 de outubro de 1991.
Na ocasião, o piloto Fábio Souto Mayor conduzia um Opala de Stock Car.
O feito histórico foi apurado pela média de velocidade atingida nas tentativas descritas no regulamento internacional. Para se ter uma ideia, foi acima de 315 quilômetros por hora.
Até hoje, a conquista de Fabinho e o seu Opala não foi superada em território brasileiro.
Ele recebeu uma homenagem no Autódromo de Interlagos, durante a segunda etapa da Old Stock Race.
O Opala foi restaurado por completo pela Dana, conhecida como uma das mais importantes fabricantes globais de componentes automotivos.
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O que disse Fabinho?
Segundo o piloto, o fato ainda está muito vivo em sua mente. Ele contou que não consegue esquecer de quando o capô do motor se soltou e voou como uma folha de papel.
Fabinho disse ainda que o objetivo era alcançar 260 km/h. Isso porque, os pneus fabricados no veículo eram para velocidades de aproximadamente 240 km/h.
O piloto informou ainda que os pneus não suportariam uma velocidade tão alta devido a pista de piso ondulado. Afinal, ela causava forte instabilidade direcional, o que exigia atenção redobrada para manter o Opala em linha reta.
“A gente não imaginava que conseguiríamos atingir os 300 km/h e os pneus não estouraram por sorte!”, revela.
Além disso, a surpresa foi tanta porque o carro do recorde não havia sido fabricado com as rodas e pneus originais da Stock de medidas 265x40xR16.
Na verdade, o veículo histórico tinha um jogo de aro 14. A título de curiosidade, era uma configuração mais baixa e mais agressiva.
Feito foi realmente surpreendente
O piloto destacou que a conquista foi ainda mais memorável porque superaram os 300 km/h com um veículo nacional, que foi lançado no final dos anos de 1960.
Naquele período, o carro foi pensado para profissionais mais experientes, como Camilo Christófaro Júnior e Silvio Longo.
Além disso, a abertura das importações de veículos pelo ex-presidente Fernando Collor de Melo fez com que os veículos brasileiros fossem classificados como modelos “sem tecnologias avançadas”.
“Esse recorde é famoso até hoje pela velocidade que alcançamos com o Opala. Sou mais reconhecido por este feito do que pelos meus títulos na Stock Car,” destacou Fabinho.
O que disse o líder do projeto que restaurou o carro?
De acordo Luís Pedro Ferreira, diretor de Comunicação e Marketing da Dana e líder do projeto, o principal desafio foi recuperar a parte interna do automóvel.
Isso porque, o veículo era marcado pelo tempo e a falta de manutenção que dificultaram os trabalhos.
“O trabalho de restauro combinou arqueologia, pesquisas e adaptações, um esforço épico, quase similar ao da quebra do recorde. É motivo de alegria e orgulho ver o trabalho de alguns anos e tantas pessoas chegarem às pistas novamente”, destacou o executivo.
Ele completou:
“Recriar um carro nacional que marcou época na história do esporte nos ajuda a reforçar a capacidade criativa de profissionais abnegados e apaixonados pelo automobilismo brasileiro,”.
Segundo a marca, as peças fabricadas foram obtidas e instaladas com o auxílio de técnicos e mecânicos que são especialistas em cardan e diferencial.
Quem é Fábio Sotto Mayor?
É um piloto brasileiro, que nasceu em Ribeirão Preto. Foi lá que o garoto começou a ficar apaixonado pelo mundo da velocidade. A sua primeira corrida de Fuscas aconteceu aos 18 anos.
A chegada na Stock Car, conhecida como a principal categoria do automobilismo brasileiro, não demorou muito. Nela, ele correu por 25 anos. Além de faturar o título em 1988, conquistou quatro vice-campeonatos.
O Garagem360 continua acompanhando as últimas notícias automotivas. Por isso, continue conosco para não perder nenhum detalhe.
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