Como proceder em caso de acidente de trânsito com vítima

Por mais cuidadoso que se seja ao volante, ninguém nunca está totalmente a salvo de um acidente. Neste tipo de situação, especialmente se houver vítimas, é preciso tomar algumas precauções para não comprometer a sua integridade e nem a das pessoas que estão envolvidas. Pela lei, o responsável pela colisão ou atropelamento tem de prestar e providenciar socorro. Caso contrário, estará sujeito a multa de R$ 1.467,35 e a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

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Como explica Dirceu Rodrigues Jr., chefe do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), quem se envolveu em um desastre automotivo deve, antes mesmo de sair do carro, analisar o cenário e ver se ele oferece riscos aos acidentados ou a si próprio. “Isso acontece em casos de fogo e explosões, por exemplo. Também é importante ligar para a empresa de responsável pela via, para o SAMU (192) ou para o corpo de bombeiros (193), diz o médico. 

Depois disso, é necessário cuidar da sinalização. O certo é posicionar o triangulo do veículo junto com outros objetos que chamem a atenção, como galhos de árvores. Assim, os carros que passarem pelo local não correrão riscos de colidir com os feridos e piorar a situação. Com o trânsito fluindo bem, também é possível que o resgate chegue ao local em menos tempo.

Confira a distância ideal para posicionar o triângulo:

Tipo de via Velocidade máxima permitida Distância para início da sinalização (pista seca) Distância para início da sinalização (chuva, neblina, fumaça, à noite)
Vias locais 40 km/h 40 passos longos 80 passos longos
Avenidas 60 km/h 60 passos longos 120 passos longos
Vias de fluxo rápido 80 km/h 80 passos longos 160 passos longos
Rodovias 100 km/h 100 passos longos 200 passos longos

*Fonte: Abramet

Cuidados necessários

Após sinalizar o local corretamente, é hora de dar atenção aos feridos. Normalmente, as vítimas de acidentes entram em desespero, o que pode agravar a sua condição, então, a recomendação é tentar acalmá-las. Fora isso, é imprescindível mantê-las imóveis, deixando os cuidados médicos para as equipes especializadas.

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Em caso de acidente, manter a calma é fundamental para evitar o agravamento da situação | Foto: sxc.hu

Vale salientar que se alguém não estiver consciente é necessário checar a sua boca, pois a pessoa pode se engasgar com a dentadura ou até por causa de sangramentos internos. “Neste caso, o socorrista deve, com muito cuidado e delicadeza, posicionar a cabeça do acidentado para que ela fique de lado (posição horizontal). Assim, as chances de engasgos são menores”, explica Rodrigues Jr.

Também vale a pena checar o cinto de segurança para ver se ele está prejudicando a respiração da pessoa. Ainda de acordo com o chefe do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional da Abramet, os feridos só devem ser retirados dos veículos em situações extremas, por exemplo, se o mesmo estiver pegando fogo ou se a pessoa estiver tendo uma parada cardíaca.

“Se isso acontecer, é preciso aplicar uma massagem cardíaca e fazer respiração boca a boca”, afirma o médico. E ele acrescenta: “O ideal é que a pessoa fique com as costas apoiada em uma superfície sólida, já que a técnica exige firmeza”. Fora isso, se houver algum tipo de sangramento, a recomendação é comprimir o local – usando pedaços de tecido enrolado – até que o resgate chegue.

E é importante salientar que não se deve prestar ajuda sem o uso de luvas protetoras caso as vítimas apresentem ferimentos com sangue e outros tipos de secreções. Por isso, é sempre bom ter no carro um kit de primeiros socorros. Mas, atenção, se você não for um especialista da área médica, faça apenas o básico para auxiliar os acidentados, e deixe que os cuidados principais sejam realizados por quem entende do assunto.

 

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