Além da nova gasolina: veja como o Brasil pode desenvolver combustíveis alternativos

*Silvio Shizuo

A redução do consumo de combustível é uma das principais metas do programa Rota 2030, criado pelo Governo Federal para suceder o Inovar-Auto, encerrado em dezembro de 2017. A intenção é fazer com que os veículos emitam menos gases de efeito estufa, atendendo ao acordo realizado na 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quatro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).

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Combustíveis alternativos

Para isso, combustíveis rentáveis e alterativos são ótimos aliados a essa meta. De acordo com os índices de consumo do Inmetro, por exemplo, o carro popular, eleito o mais econômico de 2018, conseguia percorrer cerca de 19 quilômetros com apenas um litro de gasolina. A partir de agora, com a nova gasolina produzida pela Petrobras, os veículos deverão ter um rendimento até 4% maior.

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Produção de etanol

Mas, além da nova gasolina, o Brasil pode seguir a linha de combustíveis do futuro e investir em materiais renováveis. O País era o maior produtor de etanol, mas atualmente os Estados Unidos assumiram essa colocação. Isso acontece porque a frota norte-americana é muito maior e o governo oferece subsídios para incentivar a produção do combustível.

No Brasil, houve subsídios à produção de etanol por muitos anos, mas com o desenvolvimento da tecnologia e redução dos custos de produção, esse subsídio tornou-se desnecessário.

O ideal seria trocar a oferta de subsídios por incentivo à pesquisa para aumento de produtividade e redução de custos. Por exemplo, tornar economicamente viável a produção de etanol a partir do bagaço da cana ou qualquer outro tipo de celulose, pode duplicar a produção de etanol com a mesma área cultivada.

Biodiesel

Em relação ao Biodiesel, o País segue na liderança. O teor de biodiesel adicionado ao diesel começou com 1% em 2018, atualmente é 12% e chegará a 15% em 1º de março de 2023, conforme a Resolução CNPE nº 16, de 29 de outubro de 2018 e o Despacho ANP nº 621, de 06 de agosto de 2019.

O biodiesel adicionado na refinaria possibilita redução da importação de aditivo para aumento do Número de Cetano e facilita o processo de separação do enxofre.

No Brasil temos produção de Biogás a partir do lixo, dejetos de suínos e outros resíduos orgânicos acionando grupos geradores, em substituição ao diesel e gás natural. Há um enorme campo para pesquisas e utilização em motores estacionários. É possível produzir o Biometano a partir do Biogás para utilização em veículos a GNV – gás natural veicular – mas o preço não é competitivo atualmente.

Com isso, o que se pode observar é que o Brasil tem um cenário rico em possibilidades de combustíveis menos agressivos ao meio ambiente, mas ainda temos um caminho longo a percorrer até que todas as opções sejam viabilizadas de maneira acessível para o consumidor final.

*Silvio Shizuo é professor do departamento de Engenharia Mecânica do Centro Universitário FEI.

30 carros mais vendidos no primeiro semestre de 2020

Se antes do início de 2020 as previsões eram otimistas, o cenário real do mercado automotivo não é dos melhores. A pandemia da covid-19 derrubou as vendas e chegou até a paralisar a produção das fabricantes. Mesmo assim, o Chevrolet Onix encerrou mais um semestre na ponta da tabela. E sua vantagem é tão grande que será difícil algum veículo superá-lo até o final deste ano.

Na galeria, confira quais foram os 30 modelos mais vendidos no primeiro semestre de 2020. Os dados são da Fenabrave.

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