A presença de carregadores gratuitos de carros elétricos nas ruas e estradas brasileiras é um marco a favor da popularização dos carros elétricos no país. No entanto, com a rápida evolução e mudanças na tecnologia, entidades e empresas do setor recebem com preocupação os desafios do setor.
Carregadores gratuitos de carros elétricos não acomodam mais a demanda do mercado brasileiro, diz sócio-diretor da Elev
É inegável o crescimento acelerado que o setor de automobilidade elétrica tem experimentado no Brasil e no mundo. Afinal, tanto público, quanto governos e mercados estão empenhados em investir em tecnologia mais limpa, que torna os veículos mais baratos e sustentáveis.
Com mais carros elétricos rodando nas cidades e estradas, um problema que surge é a disponibilidade de pontos de recarga. Uma solução que se mostrou eficiente foi a de carregadores gratuitos, públicos ou semi-públicos, que governo e montadoras oferecem.
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Hoje são cerca de 2.800 eletropostos espalhados pelo brasil para atender uma malha de mais de 124 mil carros eletrificados, nos mostram dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico – ABVE.
No entanto, segundo Ricardo David, sócio-diretor da Elev, start-up que atua na infraestrutura de recarga de veículos elétricos, o que antes foi uma solução eficiente e necessária, agora se mostra um empecilho para o desenvolvimento deste setor em nosso país.
Para ele, estes equipamentos estão rapidamente se tornando obsoletos. Isto porque não apenas são esparsos, mas também desatualizados. Isto gera alguns problemas, como filas para uso dos disponíveis, e tempos de recarga elevados.
“Tenho certeza que o setor da eletromobilidade continuará em constante crescimento e, com isso, principalmente com a popularização dos carros mais avançados no país, teremos uma demanda crescente para carregadores mais avançados e rápidos. Estes estarão apenas disponíveis em modos de distribuição pagos”, afirma Ricardo.
Padronização dos carregadores é necessária para expansão do serviço
Ricardo David continua sua fala afirmando que é necessário não apenas uma atualização de tais equipamentos, mas também padronização dos plugs de carregamento.
“Ainda precisamos de um marco civil para a eletromobilidade. Apenas assim poderemos ver o setor desenvolver-se de forma plena e atingindo todas as lacunas que atualmente temos no mercado brasileiro”
Afinal, se cada montadora utilizar um modelo temos uma limitação ainda maior. Os poucos pontos de recarga, sejam públicos ou privados, disponibilizados atendem parcela limitada do público. Assim não se resolve o problema da demanda, independentemente de quanta tecnologia estiver envolvida.
Uma solução, citada pelo próprio Ricardo, seria a instalação de carregadores domésticos. Já disponíveis e ficando cada vez mais baratos, estes ajudam o consumidor na logística, mas se mostram mais caros do que optar pelo carregador privado.
“O investimento em infraestrutura é crucial para garantir a expansão da eletromobilidade no Brasil e para oferecer opções de carregamento de qualidade aos motoristas de veículos elétricos”, finaliza ele.
Felizmente, o Governo Federal do Brasil, especialmente na figura do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e o ministro e vice-presidente, Geraldo Alckmin, estão empenhados em investir nestas questões apesar dos desafios, reconhece o próprio Ricardo David.
Não há dúvidas de que a expansão de carregadores gratuitos de carros elétricos é essencial para fomentar este mercado e dar mais acessibilidade ao público comum. No entanto, sem uma aliança forte entre o setor privado, de pesquisa e esforços do governo, o progresso será muito mais lento que o necessário.