Blindados, rebaixados e até mesmo os movidos a GNV: o que você precisa saber sobre carros modificados

Blindados, rebaixados e até mesmo os movidos a GNV: o que você precisa saber sobre carros modificados no post. Acompanhe!

Os carros modificados são uma tendência crescente. Os consumidores e entusiastas estão mais interessados sobre modificações de blindados, rebaixados e movidos a GNV. No entanto, essas modificações, por trazerem consequências, exigem um grau de entendimento dos aspirantes a proprietários. 

O Garagem360 foi atrás de algumas informações relevantes sobre questões como segurança, economia e obrigações. Acompanhe!

O que são carros modificados?

Carros modificados são aqueles que perderam parte de suas características originais, como construção. As modificações podem ser estéticas ou mecânicas, e podem ser feitas para aperfeiçoar o desempenho, trazer mais economia, conforto de condução, segurança, etc. 

As vantagens obtidas podem vir acompanhadas de falhas mecânicas, além de influenciar na condução e na dirigibilidade, aumentando o risco de danos e acidentes. 

E entre os itens mais afetados, por conta das modificações de peso e altura, estão os amortecedores e o sistema de suspensão, explica Juliano Caretta, supervisor de treinamento técnico da DRiV Tenneco, detentora das marcas Monroe e Monroe Axios.

Blindados  

Com a maior frota de carros blindados do mundo, o Brasil conta com quase 340 mil veículos nessa categoria – dados da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin). Só em 2023 foram 29 mil unidades a mais, cerca de 13% mais do que verificado no ano anterior. 

O mercado já foi restrito aos veículos de luxo, mas hoje atende a maioria dos segmentos, incluindo SUV’s e compactos. Apesar disso, muitos consumidores adquirem esses carros sem saber das particularidades para mantê-lo e acaba sofrendo com problemas causados pelas condições de uso e pela falta de manutenção correta.

Carros modificados cada vez mais procurados - Foto: Carbon
Carros modificados cada vez mais procurados – Foto: Carbon (empresa de blindagem)

O aumento de peso da carroceria pode chegar a 250 kg a mais. Segundo Juliano Caretta, mesmo materiais mais leves, como o Kevlar, geram um incremento de peso alto, o que  afeta diretamente o funcionamento da suspensão. 

“Devido ao peso extra, todo o conjunto trabalha de forma constante em uma condição muito mais severa, o que influencia no comportamento e na eficiência dos componentes”

“Se um veículo foi homologado para um PBT (Peso Bruto Total) de 3,3 toneladas e ao ser blindado passa para 3,5 toneladas, haverá uma mudança em todas as especificações que foram definidas previamente. No caso da suspensão, significa que ela irá trabalhar com sobrepeso continuamente. E como ela, os freios e os pneus”, ressalta Caretta. 

O especialista ainda lista as possíveis consequências:

  • desgaste prematuro das peças
  • mudanças na dinâmica do veículo em frenagens, curvas e acelerações
  • mudança na dirigibilidade, conforto e a segurança
  • dificuldade na condução em situações adversas como chuva

“Por isso, é sempre importante, antes de adquirir um veículo blindado, checar as orientações de uso, verificar os itens cobertos em garantia e o plano de revisões periódicas, fornecidos pela empresa responsável”, enfatiza.

Carros movidos a GNV 

Os veículos movidos a GNV (Gás Natural Veicular) também ganham sobrepeso. Além disso, há uma mudança na distribuição do peso pela estrutura do carro, já que o kit de instalação e o cilindro de gás ficam instalados na traseira. 

Carro GNV - Foto: Divulgação
Carro GNV – Foto: Divulgação

Isso vai causar um desgaste acelerado nos componentes, afetando a dirigibilidade. Por isso, Caretta alerta aos motoristas terem uma atenção especial, sobretudo ao passar por buracos, lombadas, quebra-molas e valetas para evitar danos mais sérios. 

As revisões periódicas também devem ser feitas em um intervalo menor do que o indicado no manual do proprietário.

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Veículos rebaixados

Veículos rebaixados passaram por modificações na estrutura, como o rebaixamento da suspensão, que consiste na redução do curso das molas e a troca dos amortecedores originais por não originais e mais curtos. 

Também há a possibilidade de usar amortecedores pneumáticos, com o uso de bolsas de ar para regular a altura do veículo. 

Apesar da resolução nº 292 do Contran estipular a altura mínima de 10 centímetros em relação ao solo, o rebaixamento não evita a ocorrência de danos mecânicos ou o comprometimento da dirigibilidade. 

“Um veículo rebaixado não passou por testes de durabilidade e segurança. Tampouco há um padrão para os graus e medidas para a geometria do sistema de suspensão e dos amortecedores, que não foram projetados para esse fim”, ressalta Caretta.

Peças não são originais

Segundo Caretta, nenhuma montadora desenvolve componentes originais para veículos blindados, rebaixados ou à GNV. “Todas as peças oferecidas são produzidas por fornecedores independentes”. 

Ele alerta para que os interessados nessas modificações procurem empresas com boa reputação, verifiquem os procedimentos adotados, se são seguros, qual a manutenção necessária e principalmente adotar uma postura cautelosa ao dirigir.

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E você, tem um carro modificado em sua casa? Gostaria de fazer alguma? Conte para nós, aqui nos comentários.

 

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Robson Quirino
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Robson Quirino

Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.

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