Montadoras argentinas estão insatisfeitas com o governo
Montadoras argentinas, incluindo Mercedes-Benz, Stellantis e VW, estão insatisfeitas com os altos impostos sobre a produção e exportação. Saiba o que os CEOs exigem do governo para aumentar a competitividade.
Mesmo com reduções recentes, a indústria automotiva da Argentina ainda não está satisfeita com a carga tributária sobre a produção. Cinco presidentes de grandes montadoras se reuniram em Córdoba para exigir do governo uma nova redução nos impostos, com o objetivo de reduzir custos e melhorar a competitividade nas exportações. As empresas querem iniciar um diálogo e um planejamento com as autoridades assim que as eleições legislativas terminarem.
Montadoras argentinas estão insatisfeitas com o governo
O descontentamento foi expresso durante um debate no Fórum FIAC, onde executivos da Mercedes-Benz, Stellantis, Renault, Volkswagen e Iveco destacaram o impacto negativo dos impostos. Daniel Herrero, da Mercedes-Benz, comparou a situação com o Brasil, afirmando que a Argentina tem uma “base tributária pesada sobre a produção automotiva”.
Segundo ele, a exportação de um produto argentino para o Brasil, por exemplo, acarreta um imposto de 13%, o que torna o produto final caro para o consumidor.
Martín Zuppi, da Stellantis, foi ainda mais incisivo ao comparar com o México, que tem 0% de imposto sobre exportação, enquanto a Argentina cobra 16%. “Se você não tem uma indústria competitiva e, ao mesmo tempo, recebe veículos de outros mercados como a China, eu diria que, em termos de custos, a proposta da China é praticamente imbatível”, disse Zuppi, ressaltando que a concorrência se torna muito difícil.
Críticas e Soluções
Pablo Sibilla, da Renault, reforçou que exportar com mais de 13% em impostos “não condiz com um país que precisa crescer em exportações”. Ele enfatizou a necessidade de um diálogo mais intenso com o governo para definir a agenda e a estratégia da indústria.
Ricardo Cardozo, da Iveco, concordou com a crítica à carga tributária, mas também chamou a atenção para a necessidade de as próprias empresas olharem para os custos internos, como os “custos formiga”, e investirem em automação e tecnologia.
Já Marcellus Puig, da Volkswagen, destacou a falta de um “arcabouço regulatório” claro na Argentina, o que impede um planejamento a longo prazo. Ele citou o Brasil como um exemplo a ser seguido nesse aspecto.
A insatisfação das montadoras evidencia um impasse entre o setor produtivo, que busca maior competitividade, e o governo, que enfrenta o desafio de equilibrar as contas públicas.
Você concorda com a posição das montadoras argentinas? A redução de impostos é o caminho para aumentar a competitividade e as exportações? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião!
Leia também: Melhores amigas? Chevrolet e Hyundai anunciam parceria surpreendente para criar SUV, picape e 3 carros inéditos
Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.