Carros elétricos viraram dor de cabeça para revendedores nos EUA
Carros elétricos viraram dor de cabeça para revendedores nos EUA
A euforia inicial em torno dos carros elétricos nos Estados Unidos começa a dar sinais que está esfriando. A alta demanda e os preços altos evidenciados nos últimos anos no mercado estão cedendo lugar a uma realidade mais complicada, com dores de cabeça para os revendedores.
Mercado de carros elétricos preocupa revendedores nos EUA
Os EUA vivem um fenômeno particular no mercado de elétricos: uma série de fatores fizeram com que os modelos 0 km ficassem mais caros anos atrás e agora eles estão mais baratos e o resultado não foi nada bom.
Os preços dos carros da Tesla, por exemplo, apresentaram desconto atrás de desconto. O último, este mês, fez com que as unidades do Model Y, Model X e Model S ficassem US$ 2.000 mais barato cada.
Além disso, os incentivos fiscais oferecidos pelos governos para a compra de modelos novos praticamente inviabilizaram o comércio de elétricos usados, o que vem causando uma bolha especulativa.
Os juros cobrados em um financiamento de um 0 km é bem menor do que o de um usado e quem já está financiando um modelo que comprou novo, agora vê seu investimento caindo pelo ralo, pois quando terminar de pagar já estará valendo muito pouco em relação ao preço inicial.
Tudo isso refletiu no mercado de usados e é o principal motivo de preocupação dos revendedores. De acordo com site de compras de carros Edmunds, o preço médio de um carro elétrico de três anos era cerca de US$ 28.400, 25% menos do que custava no início de 2023 e valor abaixo do que o cobrado por um carro à combustão de mesma idade.
Agora os seminovos elétricos estão mais baratos, mas ninguém quer, já que vale mais a pena comprar um zero km, mais novo e moderno.
Acontece que o país não está em seu melhor momento para a compra de um carro elétrico. Inflação, incerteza econômica e eleições, fizeram com que os consumidores deixassem para depois a compra de um carro novo.
Fabricantes também estão em alerta
As fabricantes também encontram dificuldades para escoar seus estoques, cada vez maiores. Muitas delas passaram a produzir mais esperando por uma demanda futura que ainda não chegou.
Algumas, como a Tesla, encontram a solução fora dos Estados Unidos. A empresa de Elon Musk mira a China, o maior mercado de veículos elétricos do mundo, e até reduziu os preços de seus carros mais vendidos lá.
Pode até aumentar as vendas, mas também gerar uma guerra de preços com os produtores locais. A Li Auto já anunciou a redução na tabela do Li Mega, que agora é vendido por 30.000 yuans (US$ 4.142) mais barato.
E aí, você acha que o fenômeno dos EUA pode refletir no Brasil? Vale a pena comprar um carro elétrico usado aqui? Comente!
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.