Carro 0 km virou coisa de gente rica no Brasil

Com preços acima de R$ 70 mil, o carro 0 km virou coisa de gente rica no Brasil. Saiba os motivos no post.

O sonho de ter um veículo é um sonho de muitos brasileiros, mas essa realidade parece estar se distanciando cada vez mais. Com o aumento dos preços dos veículos, ter um carro 0 km está se tornando um privilégio de poucos. 

Com o Kwid a mais de R$ 70 mil, carro 0 é só coisa para gente rica -Foto: Divulgação
Com o Kwid a mais de R$ 70 mil, carro 0 é só coisa para gente rica -Foto: Divulgação

 

Carro 0 km virou coisa de gente rica no Brasil

Basta olhar os preços dos carros 0 km mais acessíveis, como é o caso do Renault Kwid por R$ 72.640, ou ainda o Fiat Mobi por R$ 71.990. 

Esses valores, mesmo sendo os mais baixos do mercado, ainda estão fora da realidade da maioria da população brasileira.

De acordo com dados do IBGE, a renda domiciliar per capita nominal mensal no Brasil foi de R$ 1.893 em 2023.

Ou seja, para comprar um Mobi, seria necessário desembolsar mais de 38 vezes esse salário. 

Neste cenário, muitos brasileiros estão se voltando para o mercado de carros seminovos e usados.

Dados da Fenabrave mostram que em 2023, atingimos a marca história de carros usados, chegando a 14.448.434 unidades comercializadas.

Já o número de carros zero km comercializados no ano passado foram bem inferiores, com 2.308.140 emplacamentos.

Essa migração de mercado de usados é reflexo da dificuldade que as pessoas estão enfrentando em comprar carros novos.

No entanto, mesmo os usados estão subindo de preço, acompanhando a alta dos 0km.

Veja também: 

Ainda com preços altos, indústria automotiva brasileira passa por dificuldades - Foto: Freepik
Ainda com preços altos, indústria automotiva brasileira passa por dificuldades – Foto: Freepik

 

Por que o carro ficou tão caro no Brasil?

O preço alto dos carros no país é resultado da soma de vários fatores, que se combinam para tornar o sonho cada vez mais distante. Entre eles, podemos ressaltar:

  • Carga tributária: Estima-se que entre 30% e 48% do preço dos veículos nacionais seja formado por pela carga tributária. Impostos como IPI, ICMS e PIS/Cofins encarecem significativamente o preço final dos veículos. 
  • Custo Brasil: O chamado “Custo Brasil” é uma expressão usada para se referir às dificuldades estruturais, financeiras e burocráticas que contribuem para o alto preço dos carros. 
  • Fatores como a alta dos combustíveis, a ineficiência logística e a burocracia encarecem a produção e a venda de veículos no país.
  • Falta de competitividade: A falta de competitividade no mercado automobilístico brasileiro também é um fator importante. As montadoras até recebem incentivos para reduzir os preços, mas não é suficiente para baratear os veículos. 
  • Desvalorização da moeda: A desvalorização da moeda brasileira em relação ao dólar e ao euro também encarece os veículos, já que os componentes vêm de fora. 
  • Pandemia: A pandemia de COVID-19 também impactou o mercado automobilístico, com a paralisação de fábricas e a escassez de componentes, o que contribuiu para a alta dos preços.
  • Falta de políticas públicas: A falta de políticas públicas que incentivem a produção de carros mais populares e eficientes também é um fator que contribui para o alto preço dos veículos no Brasil.

 

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Robson Quirino
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Robson Quirino

Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.

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