Preço da gasolina sobe pela 6ª semana seguida e acumula alta de 5,4%

O preço da gasolina nos postos subiu pela sexta semana seguida, aponta levantamento da ANP; saiba qual o valor do litro do combustível

O preço da gasolina nos postos registrou alta pela sexta semana seguida, conforme o mais recente levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O valor médio nas bombas chegou a R$ 5,05 por litro, acumulando alta de 5,43% em relação aos R$ 4,79 verificados na primeira semana de outubro.

Entre os dias 13 e 19 de novembro, o preço médio do litro da gasolina nas bombas avançou 0,6%, em relação aos R$ 5,02 registrados na semana imediatamente anterior. O preço máximo verificado pela ANP para o combustível foi de R$ 6,99.

Congelamento da Petrobras não segura o preço da gasolina

Para especialista o preço dos combustíveis nos próximos meses dependerá de futuras decisões da Opep e Petrobras

Petrobras mantém preço da gasolina congelado  (Foto: Divulgação/Petrobras)

A Petrobras mantém o preço do combustível congelado há 83 dias. A gasolina sobe desde 2 de outubro, data do primeiro turno das eleições, quando o litro chegou a R$ 4,79.

Desde então, o produto acumula alta de R$ 0,26 nas bombas. Isso se deve a aumentos praticados por refinarias privadas – como a de Mataripe (BA), da Acelen –, importadores e varejistas.

Também contribuíram para a escalada dos preços a alta do álcool anidro, que compõe 27% da mistura da gasolina, e o fechamento de estradas por manifestantes antidemocráticos que ainda protestam contra o resultado das eleições. Os bloqueios pressionaram os preços da gasolina em Estados do Sul do País, além de regiões de São Paulo.

No levantamento anterior da ANP, o preço máximo verificado foi de R$ 7,54 o litro.

Litro da gasolina bateu recordes de preço em 2022

Preços acima dos R$ 7 (em algumas localidades, superior a R$ 8) eram uma realidade em todo o País até junho, quando tanto a gasolina como o diesel haviam alcançado os maiores valores nominais desde que a ANP passou a fazer o levantamento semanal de preços, em 2004. 

No dia 30 daquele mês foi aprovado, pelo Congresso Nacional, uma emenda à Constituição Federal fixando um limite de 17% no Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre a comercialização da gasolina, do diesel e do etanol.

Segundo as pretensões governistas, o limite ao ICMS iria ajudar no controle da inflação, aliviando o bolso do consumidor. O que de fato ocorreu até a semana terminada em 8 de outubro (na qual ocorreu o primeiro turno da eleição). O preço da gasolina, na média de todo o País, recuou gradualmente para um patamar na casa dos R$ 5.

Diesel e etanol

preços do combustíveis

Imagem Ilustrativa

O litro do etanol também subiu, passando de R$ 3,79 para R$ 3,84, um avanço de 1,32% na última semana. Essa foi a sétima alta seguida no preço do combustível, após cinco meses de queda. O valor mais alto encontrado pela agência na semana foi de R$ 6,97.

Já o valor do diesel voltou a cair após duas altas consecutivas. O preço médio do litro foi de R$ 6,59 para R$ 6,57, uma queda de 0,3%. O valor mais alto encontrado na semana foi de R$ 7,89.

O preço da gasolina continuará subindo?

Desde o Governo Michel Temer, a Petrobras tem usado a Paridade de Preços Internacional (PPI) para balizar os valores de venda nas refinarias. 

No entanto, segundo os últimos cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem média no preço da gasolina está em 3%. Isso significa que os preço da Petrobras ainda está R$ 0,08 mais barato em relação aos praticados no exterior.

É de se esperar que terminado o calendário eleitoral, a Petrobras, em algum momento, volte a fazer o repasse dessas defasagens. O que, inevitavelmente, resultará uma gasolina e um diesel mais caros nas bombas de abastecimento de todo o Brasil. 

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Paulo Silveira Lima
Escrito por

Paulo Silveira Lima

Jornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.

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