O preço da gasolina nos postos registrou alta pela quinta semana seguida, conforme o mais recente levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O valor médio nas bombas voltou a ultrapassar os R$ 5 por litro, marca que não era registrada desde o início de setembro.
Entre os dias 6 e 12 de novembro, o preço médio do litro da gasolina nas bombas subiu 0,8%, para R$ 5,02, ante R$ 4,98 na semana imediatamente anterior. O preço máximo verificado pela ANP se deu em São Paulo, onde a gasolina foi encontrada a R$ 7,54 o litro.
Preço da gasolina sobe, apesar de congelamento da Petrobras
Os cinco aumentos seguidos ao consumidor vieram mesmo com a Petrobras mantendo o preço do combustível congelado há 76 dias. A gasolina sobe desde 2 de outubro, data do primeiro turno das eleições, quando o litro chegou a R$ 4,79.
Desde então, o produto já acumula alta de 4,8% nas bombas. Isso se deve a aumentos praticados por refinarias privadas – como a de Mataripe (BA), da Acelen – importadores e varejistas.
Também contribuíram para a escalada dos preços a alta do álcool anidro, que compõe 27% da mistura da gasolina, e o fechamento de estradas por militantes bolsonaristas que protestavam contra o resultado das eleições. Os bloqueios pressionaram os preços da gasolina em Estados do Sul do País, além de regiões de São Paulo.
A volta da gasolina acima dos R$ 7
Preços acima dos R$ 7 (em algumas localidades, superior a R$ 8) eram uma realidade em todo o País até junho, quando tanto a gasolina como o diesel haviam alcançado os maiores valores nominais desde que a ANP passou a fazer o levantamento semanal de preços, em 2004.
No dia 30 daquele mês foi aprovado, pelo Congresso Nacional, uma emenda à Constituição Federal fixando um limite de 17% no Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre a comercialização da gasolina, do diesel e do etanol.
Segundo as pretensões governistas, o limite ao ICMS iria ajudar no controle da inflação, aliviando o bolso do consumidor. O que de fato ocorreu até a semana terminada em 8 de outubro (na qual ocorreu o primeiro turno da eleição). O preço da gasolina, na média de todo o País, recuou gradualmente para um patamar na casa dos R$ 5.
Na semana passada, o preço do combustível já encostava nos R$ 7.
Diesel e etanol
O diesel teve a segunda semana seguida de alta de preços. O preço médio do litro subiu de R$ 6,58 para R$ 6,59, alta de 0,15%. O valor mais alto encontrado na semana foi de R$ 8,52.
O litro do etanol também subiu, passando de R$ 3,70 para R$ 3,79, um avanço de 2,43%. Esta é a sexta alta seguida no preço do combustível, após cinco meses de queda. O valor mais alto encontrado pela ANP foi de R$ 6,10.
O preço da gasolina continuará subindo?
Desde o Governo Michel Temer, a Petrobras tem usado a Paridade de Preços Internacional (PPI) para balizar os valores de venda nas refinarias.
No entanto, segundo os últimos cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem média tanto no preço da gasolina como do diesel está em 5%. Isso significa que os preços da Petrobras ainda estão mais baratos – R$ 0,17 e R$ 0,24, respectivamente – em relação aos praticados no exterior.
É de se esperar que terminado o calendário eleitoral, a Petrobras, em algum momento, volte a fazer o repasse dessas defasagens. O que, inevitavelmente, resultará uma gasolina e um diesel mais caros nas bombas de abastecimento de todo o Brasil.
Preços médios da gasolina nos Estados, segundo a ANP:
- AC – R$ 5,29
- AL – R$ 5,10
- AP – R$ 4,67
- AM – R$ 5,04
- BA – R$ 5,57
- CE – R$ 5,00
- DF– R$ 5,20
- ES – R$ 4,88
- GO – R$ 5,08
- MA – R$ 4,99
- MT – R$ 5,02
- MS – R$ 4,84
- MG – R$ 4,91
- PA – R$ 4,83
- PB – R$ 4,80
- PR – R$ 5,27
- PE – R$ 4,95
- PI – R$ 5,22
- RJ – R$ 5,07
- RN – R$ 5,43
- RS – R$ 4,88
- RO – R$ 5,07
- RR – R$ 5,25
- SC – R$ 4,94
- SP – R$ 4,90
- SE – R$ 5,03
- TO – R$ 5,33
