VW se une a universidade para inserir fibras naturais em acabamentos

A Volkswagen do Brasil (VW)firmou parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) para o desenvolvimento de pesquisas, experimentos e transferência de tecnologia para incluir fibras naturais nas peças em matrizes termoplásticas que são usadas no interior de seus veículos.

A Unesp dará suporte à montadora alemã por meio do Departamento de Bioprocessos e Biotecnologia da Faculdade de Ciências Agronômicas do Câmpus de Botucatu e da Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf).

A proposta não é inédita. Na Europa, montadoras como as também alemãs Mercedes-Benz e BMW e a sueca Volvo divulgaram recentemente projeto para uma maior utilização de fibras naturais no interior de seus carros.

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Saiba mais sobre a parceria entre a VW e a Unesp

Pablo Di Si (VW), à esq., e Pasqual Barretti (Unesp) firmam parceria (Foto: Divulgação/Volkswagen)

O termo de parceria, assinado na quarta-feira (17), prevê de um programa de cooperação denominado “Injeção de Peças Termoplásticas Reforçadas com Fibras Naturais”. 

A Unesp, em conjunto com a Volkswagen, irá desenvolver metodologias para obter um material com adição de fibras naturais, em vez de cargas minerais, e prepará-las para utilização na confecção das peças de acabamento interno. 

Na prática, a Volkswagen poderá, ao final do projeto – que tem duração prevista de 18 meses entre desenvolvimento, testes e aplicação – alcançar peças mais leves e sustentáveis, além de altamente recicláveis em seu final de vida útil.

“Contar com a Unesp neste projeto nos trará conhecimento e contribuirá com nossa estratégia global Way To Zero de neutralizar as emissões de carbono até 2050″, destaca Pablo Di Si, presidente-executivo da Volkswagen América Latina. 

“A substituição do componente mineral para natural permitirá reduzir cerca de 80% das emissões de carbono no processo produtivo. Além disso, o peso das peças plásticas do veículo diminuirá aproximadamente 10%, o que significa também redução na quantidade de CO2 emitido na atmosfera”, afirma.

Um dos coordenadores do projeto, o professor Alcides Lopes Leão, do Departamento de Bioprocessos e Biotecnologia da Faculdade de Ciências Agronômicas, demonstra otimismo quanto aos resultados da parceria. 

“Vamos, por meio da pesquisa e desenvolvimento de metodologias, obter uma solução mais ambientalmente correta em seu descarte ao meio ambiente; possibilitar alta performance que atendam à rigorosa legislação e as normas da empresa, por fim, tornar o objeto de estudo e desenvolvimento viável e competitivo na produção”, afirma.

“É importante que a expertise de pesquisadores da Unesp seja utilizada em colaborações público-privadas que estão no âmbito da inovação e gravitam em torno de pesquisas de ponta desenvolvidas por nossos docentes”, complementa o reitor da Unesp, Pasqual Barretti.

BMW tem investido no uso de fibras como o linho (Foto: Divulgação/BMW)

Paulo Silveira Lima
Paulo Silveira LimaJornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.
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