A Volkswagen vai parar as linhas de produção no Brasil por 10 dias. A paralisação acontece por conta da crise global de falta de chipes e engloba três das quatro fábricas da marca.
Falta de chips volta a paralisar fábricas da Volkswagen
Depois de meses de relativa estabilidade nas linhas de produção, a Volkswagen novamente irá paralisar a linha de montagem por falta de chips.
Conforme informações da Autodata, a montadora alemã suspenderá as atividades em três das quatro fábricas que tem no Brasil. Apenas a unidade de Taubaté, no interior de São Paulo, manterá o ritmo normal. Atualmente, a fábrica é responsável pela produção do VW Polo Track, e opera em dois turnos.
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Já a unidade de Anchieta, em São Bernardo do Campo, ABC paulista, onde as demais versões do VW Polo são fabricadas, bem como o Nivus, Virtus e a picape Saveiro, terá a produção interrompida entre os dias 22 de fevereiro e 3 de março. A unidade em São José dos Pinhas, no Paraná, onde é feito o VW T-Cross, também vai parar nos dias citados.
Já a fábrica de motores de São Carlos, também em São Paulo, vai interromper a produção em um período diferente, entre os dias 20 de fevereiro e 1 de março.
A informação também foi confirmada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que indicou que a marca protocolou um pedido de férias coletivas. No entanto, conforme anunciou a montadora, a paralisação já estava na programação desde o ano passado e faz parte da estratégia de flexibilização nos processos produtivos devido ao fornecimento de componentes.
Indústria automotiva deve se recuperar somente após 2025
É válido lembrar que a falta de diversos componentes automotivos é um problema que assola a indústria automotiva global desde 2020. E, embora as questões tenham sido amenizadas, elas ainda fazem parte do cotidiano de diversas marcas, uma vez que questões como novas ondas de Covid-19 na China, e os conflitos entre Rússia e Ucrânia, por exemplo.
As paralisações de 2020 foram responsáveis por queda na produção e venda dos automóveis. O primeiro ano de pandemia foi responsável por uma retração de 21,6% na comparação com 2019, segundo os dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Os resultados foram semelhantes em 2021. Já no último ano, houve uma leve melhora, com um aumento de 1,2% nas vendas.
De acordo com estudo da Roland Berger e da Lazard, a indústria automotiva global deve retomar os níveis pré-pandêmicos de produção só depois de 2025, no mais positivo dos cenários traçados.
Segundo a análise, a entrega de veículos novos deve fechar 2023 com 84,9 milhões de veículos. Já a produção de automóveis novos deve seguir abaixo do patamar de 2018 (94,2 milhões) e se recuperar “apenas moderadamente” no curto prazo.