Volkswagen amarga prejuízo de mais de R$ 8 bilhões

Volkswagen declara prejuízo de mais de R$ 8 bilhões devido a tarifas da guerra comercial. Saiba como a montadora alemã foi impactada e o que isso significa para o futuro da indústria automotiva global.

A Volkswagen anunciou um impacto significativo de € 1,3 bilhão (mais de R$ 8 bilhões) no primeiro semestre de 2025, atribuído diretamente às tarifas impostas na guerra comercial do presidente dos EUA, Donald Trump.

Volkswagen amarga prejuízo de mais de R$ 8 bilhões

Em resposta a essa instabilidade, a montadora alemã foi forçada a revisar para baixo suas previsões de vendas e margem de lucro para o ano inteiro, marcando a primeira avaliação explícita dos danos causados pelo conflito tarifário.

A indústria automobilística europeia tem enfrentado um cenário desafiador, acumulando bilhões de euros em perdas e emitindo alertas de lucro. Além das tarifas de importação dos EUA, as montadoras lidam com a concorrência acirrada da China e regulamentações nacionais cada vez mais rígidas que visam acelerar a transição para veículos elétricos (VEs).


A Volkswagen, maior montadora da Europa, agora projeta uma margem de lucro operacional entre 4% e 5% para este ano, uma redução considerável em comparação com a faixa anteriormente prevista de 5,5% a 6,5%. As vendas anuais, que antes tinham uma expectativa de crescimento de até 5%, agora devem permanecer estáveis em relação ao ano anterior.

Volkswagen amarga prejuízo de R$ 8 bilhões após tarifas de Trump - Foto: Divulgação
Volkswagen amarga prejuízo de R$ 8 bilhões após tarifas de Trump – Foto: Divulgação

 

As tarifas, sozinhas, custaram à montadora € 1,3 bilhão nos primeiros seis meses de 2025. Esse valor substancial ressalta a pressão sobre a empresa, que, juntamente com seus concorrentes, tem pressionado os negociadores comerciais europeus para alcançar um acordo que amenize a tarifa punitiva de 25% aplicada desde abril. Uma proposta do setor visa usar investimentos e exportações nos EUA como alavanca para mitigar o impacto.

A Volkswagen indicou que seus resultados ficarão na extremidade inferior das projeções caso as tarifas permaneçam inalteradas pelo resto do ano, ou na extremidade superior em um cenário com uma taxa reduzida para 10%. “Há grande incerteza sobre futuros desenvolvimentos em relação às tarifas, seu impacto e quaisquer efeitos recíprocos”, afirmou a montadora em seu comunicado trimestral.


Esperanças de acordo comercial 

Diplomatas da União Europeia sinalizaram que o bloco pode estar se movendo em direção a uma tarifa ampla de 15%, buscando evitar uma taxa separada de 30% a partir de 1º de agosto. Um acordo recente entre os EUA e o Japão, no início desta semana, aumentou as esperanças de um pacto semelhante para a Europa, impulsionando as ações das montadoras.

No segundo trimestre encerrado em 30 de junho, a Volkswagen registrou um lucro operacional de € 3,8 bilhões (R$24,6 bilhões), uma queda de 29% em relação ao ano anterior. A empresa citou as tarifas e os custos de reestruturação como fatores, além do aumento nas vendas de modelos totalmente elétricos, que atualmente possuem margens menores.

Os dados de vendas de automóveis de junho confirmaram uma desaceleração mais ampla no setor automobilístico europeu, com a Volkswagen entre as empresas mais afetadas, enquanto passa por uma grande reformulação para cortar mais de 35.000 empregos até o final da década.

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Robson Quirino
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Robson Quirino

Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.

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