Você tem CNH, mas será que tem controle emocional para dirigir?
Não basta apenas ter a CNH para o trânsito atual. Entre as habilidades necessárias está o controle emocional. Entenda!
Em um mundo onde a conveniência e pressa muitas vezes superam a segurança, as estatísticas de mortes no trânsito continuam a ser um lembrete da importância de dirigir com responsabilidade, bem como o controle emocional.
Controle emocional para dirigir – você tem?
Enquanto a tecnologia automotiva avança, a cautela nas estradas permanece um desafio social e governamental, sendo prioridade nos debates relacionados à mobilidade e violência.
De acordo com dados recentes do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), entre os anos de 2010 e 2019, o Brasil registrou um aumento de 13,5% em acidentes de trânsito.
Carros e caminhões são os principais responsáveis pelas causas de mortes e na maioria das vezes, pois acontecem por imprudências. Além disso, o estresse também pode ocasionar esse tipo de episódio.
Segundo Bianca Duccini, mestra em Psicologia Clínica com foco em luto por morte violenta e professora do curso de Psicologia do Centro Universitário Braz Cubas, o comportamento no trânsito é uma representação de como as pessoas interagem nas ruas.
De acordo com Bianca, a agressividade de um motorista está intrinsecamente ligada à maneira como ele regula suas atitudes em outros aspectos da vida. Ou seja, a forma como cada indivíduo conduz um veículo revela muito sobre sua personalidade.
“O trânsito é feito por cada um de nós e, ao dirigir, levamos para essa relação com o trânsito tudo aquilo que nos compõe.”
“Vale ressaltar que as condições de trabalho no trânsito podem acrescentar uma camada extra de estresse que pode potencializar a expressão de agressividade”, afirma.
Não basta experiência
“Por isso é tão importante considerar as habilidades emocionais dos condutores, mas também abrir espaço para discutir como as formas precárias de trabalho influenciam a vida e a morte de condutores”, completa.
A agressividade, então, costuma tirar a paciência de demais motoristas, incentiva discussões e enfrentamentos no trânsito, o que pode ser muito perigoso para a vida.
Nesses casos, a especialista aconselha que o melhor a fazer é evitar reagir às agressões.
“Se for inevitável o diálogo como no caso de colisões, mantenha a calma e a civilidade. Em geral esses conflitos são reflexo da falta de boas ferramentas de comunicação e cordialidade”, pontua.
As leis direcionam os comportamentos desejáveis e legalmente seguros, como o uso da buzina em toque leve para sinalizar, alertar e até prevenir acidentes.
Assim, respeitar as leis de trânsito é fundamental para um trânsito seguro: por exemplo, ultrapassagens indevidas, velocidades incompatíveis e uso de álcool são ações que podem ser evitadas pelos motoristas.
Mortes no trânsito ainda são um grande problema
As mortes por acidentes foram responsáveis por 32.652 óbitos no Brasil só em 2021, sendo as principais vítimas jovens entre 15 e 29 anos.
“Esses dados justificam o reconhecimento universal pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Para a entidade, as fatalidades e lesões decorrentes de acidentes no trânsito estão entre as ameaças mais graves ao desenvolvimento sustentável dos países”.
Para a especialista, é nítido que a segurança nas ruas e avenidas não podem ser negligenciadas ou negociadas, mas faz parte de uma agenda urgente para assegurar o futuro..
A psicóloga reforça: muitos problemas no trânsito são evitáveis e práticas como o uso de celular, consumo de drogas e bebidas alcoólicas, bem como a não aderência às leis de trânsito, facilitam sinistros, acidentes, desentendimentos e até a morte.
A professora de psicologia da Braz Cubas finaliza dizendo que um trânsito seguro acontece quando o condutor compreende sua responsabilidade compartilhada. Assim como, o cuidado consigo mesmo e com terceiros.
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.