Testamos: Fiat Argo Trekking aposta em equipamentos e apelo aventureiro

Há 20 anos, o Fiat Palio Adventure iniciava a trajetória dos aventureiros no Brasil. Duas décadas depois, em 2019, o Fiat Argo Trekking segue a receita que consagrou esses modelos: suspensão elevada, pneus de uso misto e apliques plásticos na carroceria. Tudo para dar um ar off-road ao modelo. Versão mais recente do hatch, ela passou uma semana com a equipe do Garagem360 e, embora semelhante ao modelo Drive 1.3 testado anteriormente, a versão Trekking consegue ter brilho próprio.

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Fiat Argo Trekking: como anda

O visual pode até dar uma identidade própria ao Argo Trekking, mas sob o capô ele compartilha o mesmo conjunto mecânico do Drive 1.3. Sendo assim, são os mesmos 109 cv de potência, disponíveis a 6.250 RPM, e 14,2 kgfm de toque máximo, que aparece a 3.500 RPM. Toda essa semelhança faz a versão aventureira ter uma pegada bem parecida, andando bem na cidade e sendo elástico, já que entrega a potência gradativamente conforme o giro sobe.

Disponível apenas com câmbio manual, o Trekking foi feito para não cansar o motorista. Pedais e direção são leves e fáceis de serem operados. O banco também acomoda bem o corpo do condutor, o que ajuda no caótico trânsito de São Paulo. O Argo só não tira nota 10 porque o câmbio é um pouco borrachudo. Ele até tem bons engates, mas poderia ser mais preciso e direto. É algo que se acostuma com o tempo, porém não deixa de ser um pequeno deslize.

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De volta aos pontos positivos para o motorista, o painel de instrumentos merece elogios. Além da leitura fácil, ele conta com uma prática tela de computador de bordo que informa a velocidade, pressão dos pneus e consumo, por exemplo. O sistema multimídia de sete polegadas é pratico e intuitivo, embora os comandos no volante sejam um pouco confusos. Usuários de iOS também precisam conviver com uma borda vermelha no espelhamento da tela, que não preenche todo os espaço da central.

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Fiat Argo Trekking 1.3

Motorização: 1,3l Firefly 8 válvulas 109 cv/101 cv a 6.250 / 6 mil RPM (etanol/gasolina)

Torque máximo líquido: 14,2 kgfm/13,7 kgfm a 3.500 RPM (etanol/gasolina)

Transmissão: Manual de cinco marchas

Dimensões: 3,99 m x 1,72 m x 1,50 m (comprimento x largura x altura)

Distância entre eixos: 2,52 m

Peso em ordem de marcha: 1.130 kg

Tanque de combustível: 48 L

Consumo: 7,2 km/l cidade/estrada com etanol (pelo computador de bordo)

Porta-malas: 300 L

Preço: R$ 59.990 (R$ 64.350 como o testado)

Pontos positivos: espaço interno, bom de dirigir, bem equipado

Pontos negativos: câmbio não muito preciso, tela do Apple CarPlay no multimídia, poderia ter as rodas de liga leve de série

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Cabine agradável

Por dentro, o modelo aventureiro segue o padrão das demais versões. O interior é bem acabado, com encaixes precisos e, mesmo tendo bastante plástico, tudo aparenta ser de boa qualidade. Há espaço suficiente para quatro adultos andarem sem apertos, o que sempre é vantajoso em um carro relativamente compacto como o Argo.

De diferente, essa versão conta com o logotipo da Fiat em preto no volante (assim como no exterior e na chave), bancos com costuras em laranja e com o nome da configuração costurado, além do teto preto.

Boa opção?

Mesmo sendo cerca de 6 cm mais alto que o Argo Drive, o modelo Trekking continua estável e tendo um bom acerto de suspensão. Disponível por R$ 59.990, ele vem bem completo de série e só tem a câmera de ré e as rodas de 15 polegadas como opcionais, itens presentes no modelo testado. Completo e com a cor Cinza Silverstone, o preço sobe para R$ 64.350. Não é um valor baixo, mas está dentro da realidade do segmento.

Se estiver de olho em um Argo 1.3, analise também a versão aventureira, já que os preços são próximos. O visual invocado pode não agradar a todos, mas pelo conjunto da obra, ele é uma boa opção dentre os zero quilômetros.

Leo Alves
Leo AlvesJornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.
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