Vai falir? Nissan registra prejuízo de R$ 4 bilhões em meio a fechamento de fábricas
Nissan enfrenta prejuízo de R$ 4 bilhões e fecha fábricas. Descubra os desafios globais da montadora e o plano de reestruturação para evitar a falência.
A gigante automobilística japonesa Nissan está enfrentando um período turbulento, com um prejuízo de 115,7 bilhões de ienes (aproximadamente R$ 4 bilhões) no primeiro trimestre do seu ano fiscal (abril a junho).
Nissan registra prejuízo de R$ 4 bilhões em meio a fechamento de fábricas
Este é o quarto trimestre consecutivo de perdas para a montadora, um contraste marcante com o lucro de 28,5 bilhões de ienes registrado no mesmo período do ano passado. A situação se agrava com a queda de 9,7% nas vendas, atingindo 2,7 trilhões de ienes, e a previsão de um prejuízo operacional de 100 bilhões de ienes para o próximo trimestre.
A crise da Nissan é multifacetada. Um dos principais fatores são as tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre os carros japoneses importados. Embora um recente acordo comercial entre EUA e Japão tenha reduzido as tarifas de 25% para 15%, o CEO da Nissan, Ivan Espinosa, alertou que a situação ainda é desafiadora. “15% ainda é um número desafiador”, afirmou Espinosa, ressaltando a necessidade contínua de reduzir custos.
As vendas globais da Nissan despencaram 10,1% no trimestre, totalizando apenas 707.000 veículos. Na América do Norte, a queda foi de 2,4%, e no Japão, de 11,1%. A montadora também está atenta aos desenvolvimentos comerciais e tarifários entre os EUA e o México, já que 45% dos carros vendidos nos Estados Unidos são importados desses países.
A crise global da Nissan
A crise da Nissan vai além das tarifas comerciais. A empresa tem enfrentado uma série de problemas nos últimos anos, incluindo:
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Queda de vendas e participação de mercado: A Nissan tem perdido terreno para concorrentes em mercados-chave.
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Linha de produtos envelhecida: A falta de novos modelos atraentes e a lentidão na atualização de seu portfólio de veículos foram apontadas como fatores que contribuem para a perda de clientes.
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Problemas de governança e escândalos: A prisão do ex-CEO Carlos Ghosn em 2018 por má conduta financeira abalou a reputação da empresa e gerou instabilidade na liderança.
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Excesso de capacidade produtiva: A empresa construiu muitas fábricas para uma demanda que não se concretizou, resultando em custos operacionais elevados.
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Transição para veículos elétricos (EVs): Embora a Nissan tenha sido pioneira com o Leaf, ela tem enfrentado dificuldades para manter sua liderança no crescente mercado de EVs, com concorrentes oferecendo modelos mais avançados e acessíveis.
O Plano Re:Nissan
Diante do cenário desfavorável, a Nissan está implementando um ambicioso plano de reestruturação chamado Re:Nissan. O programa prevê um corte de 20.000 empregos e o fechamento de até sete fábricas até março de 2028. O objetivo é economizar 500 bilhões de ienes até o final do ano fiscal de 2026-2027.
O diretor financeiro da Nissan, Jeremie Papin, reconheceu que os resultados do primeiro trimestre foram “fracos”, mas enfatizou que a empresa está avançando na execução do plano de reestruturação. “Estamos avançando de forma constante com o Re:Nissan, e esse progresso é encorajador”, disse Papin. No entanto, ele também destacou a “magnitude significativa” do desafio, o que reforça a urgência da execução contínua e disciplinada.
Como parte desse plano, a Nissan anunciou o fechamento da histórica fábrica de CIVAC, no México, até março de 2026. Essa decisão, que visa consolidar a produção em Aguascalientes para maior eficiência, foi descrita como “dolorosa” por Ivan Espinosa, especialmente por afetar a vida de famílias na região.
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.