Testamos: novo Hyundai HB20 compensa design controverso com boa experiência ao volante
Quando a primeira geração do Hyundai HB20 foi lançada, em 2012, uma certa revolução foi causada no mercados dos compactos. O visual atraente e a boa lista...
Quando a primeira geração do Hyundai HB20 foi lançada, em 2012, uma certa revolução foi causada no mercados dos compactos. O visual atraente e a boa lista de equipamentos eram alguns dos principais atributos do carro, que logo caiu nas graças do público. O tempo passou e, embora o visual do modelo seguisse atual, a marca entendeu que era a hora de uma nova geração.
Sendo assim, em setembro deste ano, o carro deste teste do Garagem360 foi lançado com a importante missão de substituir o segundo veículo mais vendido no Brasil. E, por mais que o visual tenha dado o que falar, o novo HB20 manteve algumas características que consagraram o primeiro modelo, além de ter melhorado em outros aspectos.
Novo Hyundai HB20: desempenho de gente grande
O modelo testado foi o mais completo da gama. Equipada com o motor 1.0 turbo de 120 cv, juntamente com o câmbio automático de seis marchas, a versão Diamond Plus oferece tudo o que um HB20 pode ter de equipamentos. Isso inclui o alerta de mudança involuntária de faixa e a frenagem autônoma até 50 km/h, que vem de série neste modelo.
Felizmente, um dos principais pontos positivos do novo modelo é a sua dirigibilidade. Da mesma forma que a primeira geração, a nova é prazerosa ao volante. Até mesmo o ronco do propulsor tricilíndrico é agradável e grave em baixas rotações. A direção com assistência elétrica, que substituiu a hidráulica, oferece um dos melhores acertos dos carros compactos, sendo leve para manobrar e firme em altas velocidades.
Na hora de acelerar, é preciso tomar cuidado para evitar abusos. Os 120 cv levam bem o hatch na cidade e na estrada. Não é difícil ultrapassar os limites das vias, já que ele ganha velocidade velozmente. Mesmo com todo esse fôlego, o consumo é bom. Na estrada, ele fez 14,5 km/l com gasolina, enquanto que na cidade a marca foi de 9,3 km/l, mesmo encarando o horário de pico na capital paulista e com o ar-condicionado ligado.
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Outra característica positiva mantida é o bom ajuste de suspensão, que passa segurança mesmo em alta velocidade. A principal diferença é no curso do conjunto, que não bate mais seco com facilidade.
Nem tudo são flores
Sim, o novo HB20 tem diversos pontos positivos. Entretanto, como em qualquer carro, há problemas. É inegável a mudança visual aplicada na segunda geração. Não é difícil se acostumar com o desenho da nova frente, que é uma evolução da anterior, mas a traseira é o maior ponto de discórdia. Talvez a principal culpada por isso seja a lanterna. Como a peça fica abaixo do vinco, a impressão é que ela está baixa demais. O modelo anterior tinha desenho mais feliz nesse ponto, com a lanterna levemente mais alta e próxima ao vidro traseiro, além do desenho mais convencional.
Outro ponto reformulado, o painel de instrumentos lembra o do Onix de primeira geração. Do lado esquerdo está o conta-giros, com o mostrador digital ficando à direita. Como os números são grandes, a leitura da velocidade é boa. Mas há uma certa poluição visual nas demais informações.
[info_box title=”Raio-X”]Hyundai HB20 Diamond Plus
Motorização: 1,0l TGDI turbo com injeção direta 12 válvulas 120 cv a 6 mil RPM (etanol/gasolina)
Torque máximo líquido: 17,5 kgfm a 1.500 RPM (etanol/gasolina)
Transmissão: Automática de seis marchas – opção de troca manual na alavanca ou por borboletas
Dimensões: 3,94 m x 1,72 m x 1,47 m (comprimento x largura x altura)
Distância entre eixos: 2,53 m
Peso em ordem de marcha: 1.091 kg
Tanque de combustível: 44 L
Consumo: 9,3 km/l cidade com gasolina (pelo computador de bordo)
Porta-malas: 300 L
Preço: R$ 76.190
Pontos positivos: dirigibilidade, consumo, itens de segurança
Pontos negativos: espaço traseiro razoável, mostrador digital, design controverso
[/info_box]O espaço interno melhorou, mas ainda é apenas razoável no banco traseiro, principalmente se o motorista tiver as pernas compridas e medir mais de 1,80 m. Ainda na cabine, a versão mais completa perdeu o ar-condicionado digital. Até existe uma tela, mas o acionamento é mecânico e sem opção automática.
Mercado
Se não conquista pelo olhar, o novo HB20 cativa pela convivência. O visual controverso não pode ser ignorado, mas ao volante ele continua sendo um dos melhores do segmento. Os R$ 78.940 cobrados pela versão Diamond Plus não é pouco, mas ao menos há um bom pacote de equipamentos, incluindo os já citados alerta de mudança involuntária de faixa e frenagem autônoma.
Assim como já acontecia, a maior pedra no sapato do hatch coreano atende pelo nome de Chevrolet Onix, que foi ainda mais radical na mudança de geração, crescendo mais e oferecendo um pacote de equipamentos tão atraente quanto o do carro da Hyundai.
Nesse caso, é uma questão de preferencia. Por isso, o HB20 segue como uma das melhores opções do segmento — mesmo com o seu desenho polêmico.
Jornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.