Testamos: novo Chevrolet Onix Premier eleva o patamar da categoria

Nunca é fácil substituir um carro de enorme sucesso. Quando a Volkswagen lançou a geração atual do Gol, em 2008, havia um certo receio de o modelo não ser aceito pelo público, já que seria uma enorme mudança em relação ao modelo G4 – que era o “bolinha” com visual atualizado. Porém, o hatch foi um sucesso e segue em linha até hoje, tenho mantido o posto de carro mais vendido do Brasil até 2013.

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De volta ao presente, a Chevrolet passou por uma situação parecida em 2019 ao lançar a segunda geração do Onix. Embora mantenha o nome, o hatch é um carro completamente novo e desenvolvido para ser um projeto global. Talvez por isso a evolução tenha sido tão grande. Modelo mais vendido no País em janeiro de 2020, o hatch da GM foi avaliado por uma semana pela equipe do Garagem360. E, de fato, ele não só evoluiu como também elevou o sarrafo da categoria.

Novo Chevrolet Onix Premier: evolução

Este não foi o primeiro contato com o modelo. O Garagem360 já havia andado no hatch em novembro, durante o evento de lançamento, em Porto Alegre (RS). Só que é no dia a dia que se conhecer um carro. Por isso ele teve como missão principal ser o meio de transporte principal da equipe durante esses dias.

A versão Premier é a mais completa da gama, custando pouco mais de R$ 71 mil. Mesmo assim, o Onix mais refinado é um carro tão completo que nem parece ser o hatch popular da empresa. Ele conta com equipamentos que antes só habitavam a cabine de modelos mais caros, como o Wi-Fi a bordo e o carregador sem fio para smartphones. Este último, porém, não pode ser desativado, o que impede seu uso como um porta-trecos comum, já que não é recomendável colocar chaves e outros objetos metálicos em sua superfície.

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Por mais que os equipamentos se destaquem, é ao volante que o hatch conquista. A posição de dirigir é correta, o volante possui boa pegada e o banco oferece apoia bem o corpo. Só não leva a nota máxima neste quesito pelo encosto interiço, que pode ser incomodo para algumas pessoas.

Com o entre-eixos menor que o sedã, o dois volumes tem menos espaço para as pernas no banco traseiro, mas está dentro da média do segmento. O acabamento também é bom, principalmente pelos detalhes em dois tons. A cor caramelho não agradou muito a redação do Garagem360, mas é possível escolher os detalhes em um tom de cinza.

1.0 sim, mas com desempenho

Tal qual um carro dos anos 1990, o Onix Premier ostenta o nome Turbo em sua traseira para quem quiser ver. O logotipo indica que sob o capô habita o motor 1.0 sobrealimentado de 116 cv de potência. Sim, é o mesmo propulsor que causou dores de cabeça no sedã, mas a Chevrolet garante que todos os problemas foram sanados. Isso é uma boa notícia, já que o conjunto mecânico é extremamente competente.

Ele não é o mais potente da categoria e nem utiliza as soluções mais modernas, como a injeção direta de combustível presente nos rivais HB20 e Polo. Mesmo assim, a Chevrolet soube extrair tudo que o propulsor poderia oferecer. Carro e motor combinam bem e instigam o condutor a pisar no acelerador. Apenas nas saídas, antes de atingir 2 mil giros, o Onix se mostrou um pouco chocho, mas passada essa rotação, o hatch disparava.

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Chevrolet Onix Premier

Motorização: 1,0l turbo 12 válvulas 116 cv a 5.500 mil RPM (etanol/gasolina)

Torque máximo líquido: 16,3/16,8 kgfm entre 2 mil RPM e 4.500 RPM (etanol/gasolina)

Transmissão: Automática de seis marchas – opção de troca manual por botão

Dimensões: 4,16 m x 1,73 m x 1,47 m (comprimento x largura x altura)

Distância entre eixos: 2,55 m

Peso em ordem de marcha: 1.118 kg

Tanque de combustível: 44 L

Consumo: 9,5 km/l cidade/estrada com gasolina (pelo computador de bordo)

Porta-malas: 275 L

Preço: R$ 71.790

Pontos positivos: dirigibilidade, equipamentos, economia de combustível

Pontos negativos: leitura do mostrador de velocidade, encosto de cabeça interiço, detalhes do acabamento

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Assim como o motor, o câmbio automático de seis marchas também cumpre bem seu papel. Só causa estranheza a letra L para a posição das trocas manuais, em vez da tradicional M. Por falar nessas mudanças, faz falta ter um trilho na alavanca para quem deseja cambiar por conta própria. O botão na transmissão quebra um galho, mas não é a melhor solução. As borboletas no volante também poderiam ser oferecidas, mas a Chevrolet não costuma oferecê-las em seus modelos.

Vale o investimento?

Bate-pronto: vale. A evolução do Onix de segunda geração foi maior que a do HB20, por exemplo. Além de ter crescido em tamanho, ele amadureceu como carro, oferecendo mais equipamentos e melhorando na segurança, já que conta com seis airbags e controles de tração e estabilidade em todas as versões.

O modelo mais completo não é barato, mas oferece uma boa lista de equipamentos. De quebra, ainda leva-se para a garagem um carro bom de dirigir, divertido ao volante e com um ajuste de suspensão exemplar. Há defeitos, principalmente no acabamento que, embora seja bonito, é simples. A costura do volante, por exemplo, chegou a incomodar durante alguns trajetos.

Entretanto, o Onix Premier agrada mais do que decepciona. Por isso, nada mais justo que afirmar que sim, ele é uma boa compra e vale ser considerado. De preferência com a cor Azul Seeker, exclusiva da versão mais cara.

 

 

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