Testamos: Chevrolet Cruze Sport6 é um forte concorrente em um segmento ameaçado de extinção

O segmento dos hatches médios foi o sonho de consumo de boa parte dos jovens na última década. Na época, quase todas as marcas queriam ter o seu representante. A Chevrolet tinha o Astra e depois o Vectra GT, enquanto que a Fiat, Volkswagen e Ford apostavam em Stilo, Golf e Focus, respectivamente. Nem os franceses ficavam de fora já que tinham o Citroën C4 e o Peugeot 307. Porém, o jogo virou e os SUVs compactos hoje ocupam essa fatia, deixando o Chevrolet Cruze Sport6 praticamente sozinho.

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E ele só não está completamente sozinho porque o VW Golf ainda é produzido na versão GTI, mas que na verdade briga com o Honda Civic Si. Sendo assim, sem o Ford Focus, que deixou de ser produzido neste mês, e sem as versões “civis” do Golf, restou ao Cruze representar aquele que já foi um dos segmentos mais importantes do País. Porém, não se engane. Mesmo sendo a única opção, ele é competente e agradou a equipe do Garagem360 durante os testes.

Chevrolet Cruze Sport6: como anda

Movido pelo mesmo conjunto mecânico do sedã, o hatch desenvolve rápido a velocidade. O motor 1,4l turbo de 153 cv, que trabalha junto com o câmbio automático de seis marchas, tem um bom desempenho no modelo, sendo dócil para a condução nas ruas da cidade, mas sendo ágil e rápido nas estradas. Outro ponto positivo é a troca de marcha quase imperceptível da transmissão.

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Chevrolet Cruze Sport6 LT Black Bow Tie           

Motorização: 1.4l turbo Ecotec 16 válvulas 153 cv/150 cv (etanol/gasolina)

Torque máximo líquido: 24,5 kgfm a 2 mil rpm/24 kgfm  a 2.100 rpm (etanol/gasolina)

Transmissão: Automática de seis velocidades – troca manual na alavanca

Dimensões: 4,44 m x 1,80 m x 1,48 m (comprimento x largura x altura)

Distância entre eixos: 2,70 m  

Peso em ordem de marcha: 1.321 kg (versão LTZ com pacote RF7)

Tanque de combustível: 52 L

Porta-malas: 290 L

Preço: R$ 99.790

Pontos positivos: desempenho, dirigibilidade e espaço interno

Pontos negativos: frente pode raspar com facilidade, comandos de volume e troca de faixa confusos, consumo razoável

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Por utilizar um motor turbo, o consumo poderia ser melhor, já que fechou com 8,5 km/l de média na gasolina, de acordo com o computador de bordo. Assim como o Tracker, a família Cruze também conta com o sistema start/stop, que desliga o propulsor para ajudar na economia. Seu funcionamento é bom e suave, tanto que alguns passageiros nem perceberam que o motor ligava e desligava nas paradas.

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Assim como o sedã, o Cruze hatch é estável e transmite segurança ao condutor. Sua direção é leve, mas sem ser molenga. Seu acerto de suspensão segura bem a carroceria e parece ser mais firme que a do três volumes, que é mais voltada para o conforto.

Cabine

Espaçoso e confortável, o interior trata bem o motorista e mais três adultos. Até há espaço para cinco, mas quatro ocupantes viajam sem apertos no modelo. O acabamento é bom e a ergonomia deixa todos os comandos acessíveis ao motorista. Apenas os controles de volume e de troca de faixa são estranhos, já que esses comandos ficam atrás do volante, onde normalmente estão as borboletas de troca de marcha.

O painel de instrumentos tem leitura fácil e precisa. A tela do computador de bordo é monocromática, mas tem boas informações do veículo, como a velocidade, consumo instantâneo e pressão dos pneus. Assim como nos demais modelos da marca, o sistema multimídia MyLink é eficiente e cumpre bem seu papel. Ele, junto com o sistema OnStar, emitem um importante alerta sobre itens esquecidos no banco traseiro. Mesmo sendo um aviso bem alto e que assustou este repórter algumas vezes, trata-se de um alerta importante e que pode salvar vidas.

Vale a compra?

O Cruze hatch está praticamente sozinho no segmento. Em 2018, quando Golf, Focus e o Peugeot 308 ainda eram vendidos normalmente, ele liderou com folga, tendo quase 42% de participação. A versão testada foi a LT com o pacote Black Bow Tie, que pinta a carroceria e os detalhes do modelo de preto. Por R$ 99.790, ela custa quase R$ 10 mil a menos que a LTZ, a configuração mais completa.

Mesmo sendo o carro que restou a quem quer um hatch médio, o carro da Chevrolet agrada a quem prefere veículos baixos, bem equipados e com boa dirigibilidade. Por isso, embora seja o último dos moicanos, ele resiste bem e merece ser conhecido por quem procura um carro na faixa dos R$ 100 mil.

 

 

 

Leo Alves
Leo AlvesJornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.
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