Renault reclama do NCAP; Duster brasileiro foi um dos “alvos”
Em uma conferência em Paris, o CEO da Renault, questionou o método avaliativo adotado pelo NCAP para os testes de segurança, veja.
Aparentemente, a montadora francesa não concorda com os métodos de avaliação dos testes de segurança realizados pelo NCAP. De acordo com o executivo da Renault, é preciso reavaliar os critérios. A opinião vai de encontro com alguns resultados negativos com veículos da marca, entenda.
Teste de segurança: Renault pede para NCAP repensar os critérios de avaliação
O NCAP, é um órgão que avalia a segurança dos veículos vendidos por diversas montadoras.
Pelo fato de nem sempre o mesmo carro adotar configurações semelhantes em países diferentes, as avaliações acontecem de forma distinta em locais da Europa, por exemplo, com o Euro NCAP, e para a região da América Latina, o Latin NCAP.
Em ambos os casos, alguns veículos da montadora francesa Renault, receberam avaliações negativas após os testes de colisão.
Através do EURO NCAP, por exemplo, o elétrico Renault Zoe recebeu um total de zero estrelas, enquanto o Daccia Jogger Spring apenas uma, o hatch Sandero duas e o produto mais recente da marca, o Mégane E-TECH, cinco estralas.
Por aqui, o SUV compacto Duster também foi alvo. O modelo em questão também obteve resultados negativos, de zero estrela. Além disso, foi contatado que os veículos vendidos no Mercosul possuem menos airbags do que os mesmos modelos comercializados na Europa, algo inaceitável para o Latin NCAP.
Na época o órgão disse que o New Duster para a América Latina e o Caribe não oferece airbags laterais de corpo nem de proteção lateral de cabeça padrão como o modelo vendido na Europa sob a marca Dacia (marca pertencente ao grupo Renault). No impacto frontal, o modelo apresentou estrutura instável e perda de combustível.
Sobre o tema, Alejandro Furas, Secretário-Geral do Latin NCAP, disse que “o fraco desempenho de segurança oferecido pela Renault para os consumidores latino-americanos é decepcionante e perturbador.”
O Latin NCAP incentiva a Renault a melhorar drasticamente a segurança padrão desses modelos o mais rápido possível. Os consumidores na América Latina são obrigados a pagar mais do que o preço básico para obter os mesmos equipamentos de segurança que a Renault/Dacia oferecem como padrão em outros mercados, como a Europa.”
Ele ainda ressaltou que em alguns casos, essas marcas nem mesmo as oferecem os equipamentos como item opcional para a América Latina e o Caribe.
Após esses resultados, a Renault se posicionou e afirmou que o NCAP deve reavaliar os critérios utilizados nas avaliações dos veículos.
O CEO da montadora, Luca de Meo, comentou durante uma conferência em Paris sobre como o Euro NCAP confere a segurança dos carros.
De acordo com o Meo, “é preciso discutir os critérios adotados (…) quero um sistema de bom senso, talvez a mercadoria mais rara hoje em dia. Se eles pudessem inventar um sistema para impedir que bêbados ligassem o carro, eu o instalaria amanhã. Se eles quisessem usar tecnologia autônoma para reduzir a velocidade, eu concordo”.
O executivo finalizou ressaltando que respeita o Euro NCAP, e que há um trabalho em conjunto há décadas.
Jornalista e especialista em comunicação empresarial, com bagagem de mais de três anos atuando ativamente no setor automotivo e premiada em 2016 por melhor reportagem jornalística através do concurso da Auto Informe. Atualmente dedica-se à redação do portal Garagem 360, produzindo notícias, testes e conteúdo multimídia sobre o universo automobilístico.