Renault Clio V6: como o carro pode ser tão estúpido e genial ao mesmo tempo?

Renault Clio V6. Conheça um pouco da história daquele que já foi o hatch mais rápido do mundo. Terá sido genialidade ou estupidez?

Sim, existiu um Renault Clio V6. Na verdade, foram duas gerações de um hatch com motor de “gente grande”. No entanto, foi um carro que personificou a incrível insanidade da engenharia automotiva. 

Em uma época em que as marcas pareciam dispostas a abraçar projetos audaciosos, e, sejamos honestos, um quanto malucos, a Renault nos presenteou com um carro que era, ao mesmo tempo, um exercício de genialidade com estupidez (bem intencionada, por sinal).

Renault Clio V6 – estupidez ou genialidade?

Lançado em 2001, o Clio com motor V6 nasceu da parceria entre a empresa de automobilismo Tom Walkinshaw Racing e a divisão RenaultSport da marca francesa.

A princípio, o objetivo era criar um campeonato monomarca para promover o Clio de segunda geração, dando origem ao Clio Trophy. Esses carros de corrida, embora visualmente aparentado com o modelo de rua, ostentavam uma carroceria mais larga e um motor V6 central.

A Renault, inexplicavelmente encantada com o resultado, decidiu levar essa “perfeição da engenharia” das pistas para as ruas. 

Renault Clio V6 - Foto: Reprodução
Renault Clio V6 – Foto: Reprodução

A principal semelhança foi a carroceria de um Clio duas portas, mas as semelhanças param por aí. Toda a estrutura foi alargada, com para-lamas tão proeminentes que criavam saliências notáveis ao lado dos faróis. 

Essa expansão lateral foi necessária para abrigar as entradas de ar que alimentam o motor, estrategicamente posicionados logo atrás das portas. O resultado foram laterais mais largas, fazendo a largura passar de 1,63 m para 1,94 m. 

De resto, vidros, faróis e lanternas eram os mesmos dos Clios que rodavam nas ruas francesas na época. 

Renault Clio V6 - Foto: Reprodução
Renault Clio V6 – Foto: Reprodução

Motor atrás e não sob o capô?

Com o capô com tamanho limitado do Clio, a Renault teve a brilhante ideia de instalar o motor no meio do carro. 

Ela simplesmente retirou os bancos traseiros e acoplou o motor 2.9 V6 aspirado da Peugeot. Mas ele teve alguns ajustes, já que equipava sedans e SUVs grandes, como o Peugeot 604, além de modelos Volvo e Land Rover. 

O motor rendia 230 cv, que para época fazia muito barulho, mas não era tão eficiente. Embora oferecesse um equilíbrio superior, a curta distância entre-eixos e o peso extra na traseira tornavam o carro arisco e exigente, sobretudo em condições de pilotagem mais agressivas.

Renault Clio V6 - Foto: Reprodução
Renault Clio V6 – Foto: Reprodução

A direção, apesar de comunicativa, era pesada, e o raio de giro inicial era ruim, tornando manobras urbanas mais difíceis. 

Ainda assim foram produzidas 1.631 unidades entre 2001 e 2002, o que levou a Renault a produzir o Clio V6 Phase 2, melhorado. Transmissão e suspensão foram aperfeiçoadas, assim como reforços estruturais aumentaram a rigidez da carroceria, favorecendo a condução.  

Além disso, a potência aumentou para 255 cv, fazendo do Clio o hatch mais potente da época, com 0 a 100 em 5,9 segundos e velocidade máxima de 246 km/h.

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Leia também: Ele fez história aqui e em outros países – Relembre a trajetória do Renault Clio

 

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Robson Quirino
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Robson Quirino

Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.

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