Saiba como funcionam os recursos de multas de trânsito aplicadas pela PRF
É comum que algumas pessoas deixem de acessar seus direitos devido à burocracia que imaginam encontrar. Um exemplo disso é o recurso de multas de trânsito.
Como a aplicação das multas pode ser feita por diferentes órgãos, os meios pelos quais é possível apresentar a defesa podem também sofrer algumas variações.
Para quem recebeu alguma multa aplicada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), e quer recorrer, confira o passo a passo que o Doutor Multas e o Garagem 360 realizaram para saber como proceder nessa situação.
LEIA MAIS: Motos: veja como recorrer das multas mais comuns sobre duas rodas
App de conscientização sobre a Lei Seca completa um ano
Recurso de multas de trânsito aplicadas pela PRF
O trânsito brasileiro é fiscalizado por diversos órgãos e entidades que compõem o Sistema Nacional de Trânsito. De modo geral, a fiscalização varia entre órgãos municipais, estaduais e federais.
Neste último caso, inclui-se a fiscalização das rodovias e estradas federais, cujos órgãos fiscalizadores são tanto o DNIT quanto a PRF.
As rodovias e estradas federais são aquelas que conectam dois ou mais estados ou as fronteiras do Brasil com outros países. Caso o motorista tenha recebido uma multa mas não sabe qual órgão a aplicou, basta observar a informação que consta no cabeçalho da notificação de autuação.
Vale lembrar que qualquer autuação de trânsito, independentemente do órgão aplicador, garante ao motorista o direito de defesa em até três fases, com julgamento por diferentes comissões.
Notificação de autuação
O primeiro passo para o motorista acessar o seu direito de defesa é atentar-se à notificação de autuação. Este é o nome dado ao documento enviado para notificar a infração detectada pelo órgão fiscalizador.
A autuação pode ocorrer a partir da abordagem do agente fiscalizador. Contudo, na maioria das vezes, em especial em rodovias, a notificação de autuação é enviada posteriormente ao endereço do proprietário do veículo.
A notificação de autuação ainda não implica na aplicação da penalidade. Isto significa que ainda não há a soma de pontos na CNH nem cobrança de multa. É a partir deste documento que o motorista terá a possibilidade de apresentar sua defesa prévia.
Defesa prévia
A defesa prévia é o primeiro momento para requerer a anulação da multa. Contudo, para isso, é importante respeitar o prazo constante na notificação de autuação. Este prazo deverá ser de, no mínimo, 15 dias.
Na hora de apresentar a defesa à PRF, o condutor do veículo deve reunir argumentos sobre a irregularidade da a aplicação da multa, por exemplo. Além disso, é necessário embasar a defesa na legislação e apresentar o máximo de evidências possíveis para, dessa forma, conseguir a anulação da penalidade.
Para fazer a defesa basta preencher o formulário disponível para download no site da PRF assinalando a opção “defesa prévia”. Após o preenchimento, reúna os documentos solicitados e entregue pessoalmente em uma unidade regional da PRF ou envie pelo correio.
É na defesa prévia que o proprietário do veículo pode também acessar outras duas possibilidades: a indicação de condutor e o pedido de conversão em advertência por escrito.
Indicação de condutor ou conversão em advertência
A indicação de condutor pode ser feita caso o autor da infração não tenha sido o proprietário do veículo. Neste caso, faça o download do formulário no site do PRF, preencha-o corretamente e reúna os documentos solicitados. Em seguida, entregue pessoalmente em uma unidade regional da PRF ou envie pelo correio.
Já a conversão em advertência pode ser pleiteada em caso de infrações de natureza leve ou média que não tenham sido repetidas nos últimos doze meses.
A advertência por escrito implica em medida de caráter educativo, sem cobrança de multa pecuniária ou soma de pontos na CNH. Para acessar este recurso, é preciso imprimir o formulário correspondente e seguir os demais passos para envio, como nos casos citados anteriormente.
Recurso em primeira instância
Seja qual for o documento apresentado durante o período de defesa prévia, ele será julgado por uma comissão da PRF e sua resposta chegará por correspondência.
Caso você tenha solicitado a anulação da multa, mas seu pedido tenha sido indeferido, você receberá a Notificação de Imposição de Penalidade (NIP).
O recurso em primeira instância é de incumbência da JARI – Junta Administrativa de Recursos de Infrações. Esta fase é muito parecida com a defesa prévia.
Para recorrer, o formulário necessário é o mesmo, devendo o condutor apenas assinalar a opção “JARI”. Ainda que o motorista não tenha recorrido em defesa prévia, é possível também recorrer a partir desta etapa.
Para apresentar a defesa à JARI, o condutor terá um prazo maior que da defesa prévia, que não poderá ser inferior a 30 dias. Após o envio dos documentos, a JARI terá mais 30 dias para julgamento.
Última etapa: recurso em segunda instância
Caso receba a resposta da JARI como indeferimento para seu recurso, você pode apresentar sua defesa utilizando o mesmo modelo de formulário das etapas anteriores, desta vez assinalando a opção “recurso de decisão (2ª instância)”.
Os prazos para a última etapa são equivalentes aos prazos da JARI. Neste caso, o órgão julgador dependerá da natureza da penalidade aplicada, conforme previsto no artigo nº 289 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Para infrações de natureza gravíssima, suspensão do direito de dirigir por mais de seis meses ou cassação, o órgão julgador será o CONTRAN. Nos demais casos, caberá a uma comissão da JARI julgar este último recurso.
Caso seu recurso seja deferido, mas você já tenha feito o pagamento da multa, é possível receber o reembolso. Para isso, basta preencher o formulário disponível no site da PRF e enviar por correspondência ou apresentar pessoalmente.
Outros recursos disponíveis no site da PRF são, ainda, a consulta de multas aplicadas por este órgão e geração de boletos para pagamento das multas.
Conheça as versões mais caras de carros fabricados no Brasil
Diversos carros contam com versões completas tão caras que até parecem que são importadas. Porém, todos os veículos desta galeria especial são feitos em terras brasileiras. Por isso, não há modelos importados nem de dentro do Mercosul ou México, nem de outras partes do mundo. Foram considerados também somente os automóveis acima de R$ 100 mil de acordo com a tabela FIPE ou com o site oficial das fabricantes.