Recall da Toyota convoca quase 400 mil carros por conta dos airbags mortais
Nesta quinta-feira (24), um novo recall da Toyota foi anunciado. A marca está convocando os modelos Corolla, Fielder, Hilux, SW4 e Etios para comparecerem a uma concessionária para a substituição dos airbags. Este é mais um caso das bolsas infláveis defeituosas da Takata, que já causou a convocação de milhões de carros no mundo, sendo o maior recall da história.
Defeito recall da Toyota
Ao todo, são 379.689 carros chamados pela marca. Os modelos foram fabricados entre 2002 e 2017 e vão totalizar quase meio milhão de reparos. O tempo estimado de conserto é entre 1h30 e 5h, de acordo com a Toyota. As substituições serão realizadas a partir do dia 28 de janeiro.
Airbags mortais
Um defeito no insulflador do dispositivo causa uma explosão quando o equipamento é acionado. Isso faz com que diversas partes metálicas sejam jogadas contra os ocupantes, o que já resultou em 22 mortes pelo mundo e já feriu quase 200 pessoas.
Ao todo, mais de 40 milhões de carros já foram convocados para a substituição da peça em todo o planeta, sendo mais de 1 milhão apenas no Brasil.
Convocados
Na tabela, confira todos os modelos convocados pela Toyota.
Modelo
Airbag envolvido
Data de fabricação
Chassis envolvidos
Código alfanumérico
Últimos 8 dígitos do chassi
HILUX
Motorista
02/01/2015 à 09/10/2015
8AJDY22G*
F7007651 à F7010233
8AJEX32G*
F4039751 à F4040512
8AJEX39G*
F3001418 à F3004319
8AJFX22G*
F6005170 à F6005183
8AJFX29G*
F6607506 à F6609485
8AJFY22G*
F8020976 à F8028378
8AJFY29G*
F8580373 à F8593513
SW4
Motorista
02/01/2015 à 26/09/2015
8AJYY59G*
F6529299 à F6533154
8AJZX62G*
F5008357 à F5011519
COROLLA
Motorista
12/01/2015 à 24/02/2017
9BRBD3HE*
F0250222 à H0346194
9BRBDWHE*
F0250219 à H0346204
9BRBLWHE*
F0022220 à H0104445
Passageiro
31/05/2002 à 12/02/2008
9BR53ZEC*
38500021 à 88714544
15/01/2014 à 14/02/2014
9BRBD48E*
E2642174 à E2645306
9BRBL42E*
E4789171 à E4789171
FIELDER
Passageiro
06/04/2004 à 17/07/2008
9BR72ZEC*
58546105 à 88716911
ETIOS (HATCH/SEDAN)
Motorista
12/01/2015 à 22/03/2017
9BRB29BT*
F2069073 à J2157627
9BRK19BT*
F2045057 à J2091289
9BRK29BT*
F0051748 à J0120598
Passageiro
12/01/2015 à 31/03/2017
9BRB29BT*
F2069095 à J2159198
9BRK19BT*
F2045057 à J2092024
9BRK29BT*
F0051790 à J0121630
Recalls bizarros
Na galeria, relembre alguns modelos que foram chamados para recall por motivos inusitados.
Fiat Tipo: depois que algumas unidades pegaram fogo sozinhas, a Fiat convocou um recall para substituir o tubo convergedor de ar quente do motor. Mesmo com a manutenção, alguns veículos continuaram pegando fogo, e foi preciso fazer um segundo chamado para consertar vazamentos de fluido da direção hidráulica, já que o líquido vazava pelo escapamento e provocava os incêndios
Fiat Tipo | Foto: Divulgação
Ford Pinto: o veículo, que foi barrado no Brasil por conta do nome sugestivo, protagonizou um recall polêmico nos Estados Unidos. Se o carro sofresse uma colisão traseira, o tanque de gasolina podia quebrar e causar uma explosão. Antes de colocar o modelo no mercado, a Ford já sabia do problema, mas fez as contas e percebeu que indenizar possíveis mortes e casos de queimaduras sairia bem mais barato do que regularizar a linha de produção. No final, depois de mortes e ferimentos graves, a montadora convocou as unidades para recall e teve que pagar milhões em indenizações | Foto: 2000Scooby via VisualHunt.com / CC BY-NC-ND
Citroën C3 Picasso: em 2011, 22 unidades da Inglaterra foram chamadas para recall por conta de um motivo um tanto o quanto exótico: quando o passageiro da frente pisava com força no assoalho do carro, era possível acionar o sistema de frenagem sem querer. Isso acontecia porque as versões inglesas tinham os volantes e pedais migrados para o lado direito da cabine, mas o mecanismo continuava passando por baixo do forro do assoalho da parte esquerda (do passageiro). A solução foi reforçar o isolamento dos fios | Foto: RL GNZLZ via VisualHunt / CC BY-SA
Mercedes-Benz Classe A: durante seu lançamento mundial em 1997, o modelo capotou quando participava do “teste do desvio do alce”. Para evitar que a situação se repetisse, a montadora implantou um sistema eletrônico de estabilidade e fez mudanças na suspensão sem alterar o valor final do carro | Foto: Carlos Octavio Uranga via Visualhunt.com / CC BY-NC-ND
Airbags mortais: Ao menos 16 pessoas morreram por conta das bolsas infláveis defeituosas da empresa japonesa Takata. Os itens projetaram fragmentos contra os ocupantes. O escândalo foi revelado em 2014 e já atingiu grandes montadoras, como Honda, Toyota, BMW e General Motors, que precisaram realizar convocações para recall de seus carros | Foto: Divulgação
Honda foi uma das atingidas pelos Itens defeituosos da Takata | Foto: Divulgação
Toyota Corolla: a má fixação do tapete do carro fazia o item deslizar e travar o pedal de aceleração do veículo. Algumas unidades aceleraram sozinhas e causaram acidentes graves. A Toyota convocou mais de 100 mil unidades brasileiras para fazer manutenções no sistema de fixação dos tapetes e explicar a forma ideal de posicioná-los | Foto: Divulgação
Toyota Corolla | Foto: Divulgação
Ford F-150 (Foto: Divulgação)
Ford F-150 | Foto: Divulgação
Chevrolet Sonic: logo após o lançamento do modelo nos Estados Unidos, a GM percebeu que mais de quatro mil unidades saíram de fábrica sem as pastilhas de freio. A falha afetava o desempenho do carro e virou motivo de recall | Foto: Divulgação
Chevrolet Sonic | Foto: Divulgação
Volkswagen Fox: mais de 500 mil unidades vendidas no Brasil contavam com um defeito que decepava a ponta dos dedos das pessoas que tentavam rebater os bancos do carro. Isso porque o sistema era um pouco “arisco” e funcionava como uma guilhotina. A montadora convocou o recall, modificou o sistema e incluiu avisos indicando a maneira correta de posicionar as mãos e os dedos durante a ação | Foto: Divulgação
Volkswagen Fox | Foto: Divulgação
Chevrolet Saturn Ion, Pontiac Pursuit, Pontiac G5, Cobalt, Saturn Ion, HHRs, Pontiac Solstice e Saturn Sky: outro caso polêmic é o recall de mais de um milhão de unidades da GM nos Estados Unidos. A montadora demorou mais de 10 anos para divulgar que os veículos tinham um defeito na ignição. A falha está relacionada a cerca de 13 mortes acidentais e rendeu uma multa de US$ 35 milhões à empresa norte-americana | Foto: Divulgação
Chevrolet Cobalt | Foto: Divulgação
Fiat Stilo: algumas unidades fabricadas entre 2004 e 2010 tinham um defeito que podia causar a soltura das rodas traseiras durante a condução. Depois do registro de acidentes, a Fiat convocou um recall imediato para substituir o conjunto do cubo da roda. A montadora ainda teve que pagar uma multa de R$ 3 milhões por colocar um produto com defeito de fabricação no mercado | Foto: Divulgação
Jornalista formado na Universidade Metodista de São Paulo e participante do curso livre de Jornalismo Automotivo da Faculdade Cásper Líbero, sou apaixonado por carros desde que me conheço por gente. Já escrevi sobre tecnologia, turismo e futebol, mas o meu coração é impulsionado por motores e quatro rodas (embora goste muito de aviação também). Já estive na mesma sala que Lewis Hamilton, conversei com Rubens Barrichello e entrevistei Christian Fittipaldi.