Na última semana, o governo da Rússia começou uma invasão ao território da Ucrânia. E este conflito pode afetar diversos setores da economia. A indústria automobilística esta entre elas. Isso porque a Rússia pode sofrer com diversas sanções e eventuais retaliações podem afetar o fornecimento de matérias primas para algumas países. E isso pode fazer com preços dos carros cresçam.
Como o conflito entre Rússia e Ucrânia pode afetar os preços dos carros?
No dias seguintes ao começo do conflito, algumas sanções foram anunciadas. Uma delas é de que a Alemanha interrompeu a certificação do Nord Stream 2. Esta é bastante importante porque o gás natural é uma das principais fontes de energia do país. Além disso, o Estados Unidos (junto com a União Europeia) cortaram o acesso do país ao sistema Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (SWIFT, em inglês), que afetariam as transições financeiras da Rússia.
Mas estas situações também podem prejudicar diversos países do mundo e deixar o custo de produção maior. Isso porque a Rússia pode cortar fornecimento de matérias primas. “Se o presidente russo retaliar contra o Ocidente, cortando o fornecimento de paládio, as grandes marcas teriam que encontrar suprimentos alternativos tanto para seus elétricos quanto para os modelos equipados com motores a combustão”.
Quem disse foi Sam Abuelsamid, analista da Guidehouse Insights, em entrevista à NBC News. Lembrando que tudo isso pode fazer com que os preços dos carros aumentem. O país é uma das grandes fornecedoras de certos tipos de matérias primas. Um deles é o paládio, que normalmente é usado em conversores catalíticos de veículos movidos a combustão.
Estima-se que os russos são proprietários de 40% deste item. O preço da onça da matéria na última semana era de US$ 2.400 (R$12.270). Ou seja, 50% maior que o registrado no fim de 2021. Outros dois bons exemplos disso são o alumínio e o níquel. Neste último caso, estamos falando de um matéria utilizado em baterias de carros elétricos. Seus preços também pode aumentar.
Preço dos carros – Alumínio, Gás Natural e crise dos semicondutores
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O preço da tonelada de alumínio também foi alterado. Seu valor já subiu para R$ 3.449 a tonelada (aumento de 4,8%). Mas aqui temos uma questão mais complexa, visto que a Rússia é uma das grandes fornecedores e alumínio. E com o aumento do custo do Gás Natural, fruto da interrupção da certificação do Nord Stream 2, a produção pode ficar mais cara.
É importante citar ainda que o mundo passa por uma crise de semicondutores. Ela está acontecendo desde o ano passado. Conforme você acompanhou aqui no Garagem360, muitas fábricas de veículos (nacionais e importadas) foram afetadas.
Fabricação de veículos na Rússia
O mercado automotivo russo é bastante vasto. Este país possui diversas montadoras locais, como a GAZ e a Lada. No entanto, muitas fabricantes estrangeiras também estão instaladas por lá. E as sanções impostas também podem prejudicar aquelas montadoras que estão instaladas. De acordo com Joe Phillippi, presidente da Auto Trends Consulting, marcas asiáticas e europeias podem ser diretamente afetadas.
E a lista é bastante grande. Uma delas é a Renault. Em entrevista ao Financial Times, Luca de Meo, CEO da empresa francesa, diz que a empresa já prepara planos para manter o fornecimento da peças para as fábricas da Avtovaz. Em alguns casos, como Volkswagen e Toyota, os carros possuem um nível de nacionalização de 75%. Ou seja, 75% dos carros são feitos por lá. Só que os 25% podem sofrer com as sanções de bloqueio.
Quem também pode encontrar problemas é a Stellantis. Alguns veículos da marcas pertencentes a este grupo norte-americano (como a Jeep, a Dodge e a Opel) são produzidos na cidade de Kaluga. Eles são exportados para outras regiões. Toyota e Nissan também podem encontrar dificuldades. Agora, de acordo com a agência Reuters, a Volvo irá suspender a entrega e comercialização de veículos novos.
Por fim, o Brasil pode também pode ser afetado. No caso, os preços dos carros podem subir pelos motivos citados acima. Além disso, com o crescimento do valor internacional do barril de petróleo, o preço do combustível pode subir. Agora, só nos resta esperar os próximos acontecimentos.
Com informações de Mobi Auto e Folha de São Paulo
