Preço da gasolina sobe em Estados brasileiros no mês de outubro

O preço da gasolina voltou a uma trajetória de alta em algumas unidades da Federação. No mês de outubro, os reajustes chegaram a beirar os 5%, como é o caso do Rio Grande do Norte. Na média brasileira, o preço do combustível ainda fechou em baixa – R$ 5,24, com recuo de 1,67% no comparativo com o mês de setembro.

Os dados fazem parte do mais recente levantamento do Índice de Preços Ticket Log (IPTL).

“Após quedas consecutivas registradas em todo o País desde julho, que foram reflexo da redução da alíquota de ICMS, o recuo no preço médio da gasolina desacelerou em outubro e alguns Estados já começaram a registrar aumento no valor. Já o etanol segue tendência e apresenta aumento em algumas regiões”, analisa Douglas Pina, diretor-geral da Divisão de Frota e Mobilidade da Edenred Brasil, responsável pela apuração do índice.

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Preço da gasolina sobe no Nordeste (Foto: Divulgação)

No recorte regional, o Sul continua na liderança do preço médio mais baixo para a gasolina, comercializada a R$ 4,94, com 2% de redução na comparação com setembro. Entre as regiões, o Norte apresentou o recuo mais expressivo para o combustível, de 3,17% – porém fechou o período com o preço médio mais alto, de R$ 5,44.

Alguns Estados do Nordeste apresentaram aumento no preço da gasolina. O Rio Grande do Norte fechou outubro com o combustível vendido em média por R$ 5,42, alta de 4,82% em relação ao mês anterior – a maior do País. 

Na Bahia, o combustível ficou 2,72% mais caro e encerrou o mês a R$ 5,66. No Sergipe, o aumento foi de 1,64%, e o preço médio fechou a R$ 5,27. Ainda assim, a média mais cara para o combustível foi encontrada nos postos de abastecimento de Roraima, a R$ 5,91. Neste último Estado, no entanto, o preço médio apresentou uma redução de 3,29%.

O Amapá apresentou a redução mais expressiva no preço da gasolina (R$ 5,08), de 6,36%. A média mais baixa foi encontrada no Rio Grande do  Sul, a R$ 4,85, com recuo de 1,72%.

Preço do etanol sobe no Sudeste

preços do combustíveis
Imagem Ilustrativa

O preço do etanol apresentou queda de 4,58% em relação ao mês anterior e fechou outubro vendido em média por R$ 4,21.

O Sudeste foi a única região a apresentar aumento no valor do combustível, de 0,89%, passando de R$ 3,95 para R$ 3,98. Mesmo assim, a média mais cara foi registrada na Região Norte, de R$ 4,68, com 5,09% de redução. Assim como em setembro, o etanol com o preço médio mais baixo do País foi registrado no Centro-Oeste, a R$ 3,69, ficando 0,49% mais barato.

Como reflexo da alta no preço médio da região, os Estados do Sudeste, com exceção do Espírito Santo, registraram aumento no preço do etanol. O combustível em São Paulo fechou a R$ 3,53, com alta de 4,13%, a maior do País. Em Minas Gerais, o combustível fechou a R$ 3,74, com aumento de 1,44%. Já no Rio de Janeiro, o aumento foi de 1,02% e o preço médio fechou a R$ 4,27.

Alagoas se destacou com a maior redução no preço do litro do etanol, que passou de R$ 4,98 para R$ 4,10, o equivalente a 17,54%. Já a média mais baixa foi registrada em Mato Grosso – R$ 3,43, com aumento de 1,72%.

“Na análise sobre o combustível mais vantajoso para o bolso dos motoristas, os Estados da Bahia, Paraíba, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo tiveram o etanol como mais econômico. Por ser um combustível produzido a partir da cana-de-açúcar ou milho, o etanol é capaz de reduzir consideravelmente as emissões de gases responsáveis pelas mudanças climáticas. Por esse motivo, torna-se o combustível ecologicamente mais viável para abastecimento”, afirma Pina.

O IPTL é um índice de preços de combustíveis levantado com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da Ticket Log, e deve a sua relevância à grande quantidade de veículos administrados pela marca – 1 milhão ao todo, com uma média de oito transações de abastecimento por segundo.

Em novembro, preço da gasolina deve subir em todo o País

Petrobrás represou preços nas refinarias antes das eleições (Foto: Divulgação/Petrobrás)

Até o último domingo (30), data do segundo turno das eleições, a Petrobras estava segurando o aumento do preço da gasolina. Até então, as refinarias da estatal vendiam o combustível para as distribuidoras por um valor 18% abaixo do chamado preço de paridade de importação (PPI). Passado o pleito, as expectativas do mercado são de que o preço da gasolina volte a subir até o fim desta semana.

De acordo com os cálculos divulgados pela Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) na última sexta-feira (28), a defasagem da gasolina vendida pela Petrobras chega a R$ 0,75 por litro. Na prática, isso significa que se estivesse seguindo a política de PPI, o combustível estaria R$ 0,75 mais caro.

Além da gasolina, a Petrobras também está segurando o valor cobrado pelo litro do diesel. Em relação ao PPI, o combustível já apresenta defasagem de pelo menos 20%. O diesel ficaria R$ 1,25 mais caro caso tivesse sofrido os reajustes esperados, conforme revelam os números da Abicom.

Paulo Silveira Lima
Paulo Silveira LimaJornalista com 20 anos de experiência profissional como repórter nas principais redações de jornais do Brasil, como Gazeta Mercantil, Folha SP, Estadão e Jornal do Brasil e em cargos de coordenação, edição e direção. Formado em Jornalismo pela Caśper Líbero.
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