Portugueses “rejeitam” com Volkswagen por mentiras deslavadas
Um estudo em Portugal revela que consumidores rejeitam marcas, como a Volkswagen, por "greenwashing". Descubra o que leva à quebra de confiança e como as empresas estão perdendo clientes por mentirem sobre sustentabilidade.
Um estudo recente do Instituto Superior Miguel Torga (ISMT), em Portugal, revelou que os consumidores portugueses estão agindo de forma decisiva contra marcas como a Volkswagen que praticam o chamado “greenwashing”, ou seja, que mentem ou exageram sobre suas práticas sustentáveis.
Portugueses “rejeitam” com Volkswagen por mentiras sobre práticas sustentáveis
Ao descobrirem que uma empresa não corresponde à realidade em suas alegações ambientais, a maioria dos portugueses simplesmente deixa de comprar seus produtos e busca alternativas mais éticas.
O estudo aponta que essa rejeição não é apenas uma desilusão passageira, mas uma ruptura definitiva da confiança. Marcas como a Volkswagen, citada por cerca de 40% dos entrevistados, estão entre as mais identificadas por esse tipo de prática, seguidas pela EDP e pela Galp.
Portugueses “rejeitam” com Volkswagen por mentiras sobre práticas sustentáveis – Foto: Reprodução
A “quebra de confiança” e o “ódio à marca”
A professora e pesquisadora Célia Santos, que coordenou o estudo, destaca que a reação dos consumidores é firme e racional. “As pessoas não estão apenas desiludidas – estão a reagir com firmeza a um tipo de engano que consideram particularmente grave: o uso abusivo de causas ambientais para fins comerciais”, afirmou.
A pesquisa identificou dois mecanismos principais que levam ao abandono da marca:
“Confusão verde”: A dificuldade dos consumidores em distinguir um produto genuinamente sustentável de um que é apenas promovido como tal.
“Ódio à marca”: A geração de emoções negativas extremas, como indignação e desprezo, que não desaparecem facilmente.
Quando o consumidor se sente enganado, ele perde o controle sobre suas decisões de compra. A reação é buscar um consumo ético, preferindo marcas mais transparentes, mesmo que isso signifique mudar de hábitos ou pagar um pouco mais.
Célia Santos ressaltou que “a perceção de incoerência entre o discurso e a prática ambiental não é perdoada”, e essas emoções negativas se consolidam como uma rejeição duradoura.
O estudo serve como um alerta para as empresas: a transparência se tornou um fator crucial para a confiança e a fidelidade do consumidor. No mundo atual, com o aumento da conscientização ambiental, as alegações de sustentabilidade são examinadas de perto.
O greenwashing não apenas prejudica a imagem da marca, mas pode levar a perdas financeiras e ao afastamento definitivo de clientes que buscam coerência entre o que a empresa diz e o que ela realmente faz. A reputação, uma vez perdida, é muito difícil de ser recuperada.
Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.