Polêmica: entidades alegam que aumento do Uber só beneficia o app

A Petrobrás anunciou um novo reajuste nos preços dos combustíveis na última semana. Na ocasião, os valores cobrados pela gasolina e pelo diesel foram afetados. E diante destes aumentos, a Uber anunciou reajustes nos preços das corridas de seu serviço de transporte por aplicativo. Mas o que será que os motoristas de app acham? .

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O Uber reajustou seus preços no fim da semana passada (Foto: Paul Hanaoka/Unsplash.com)

Petrobrás e Uber anunciam reajustes; veja o que motoristas de app pensam sobre

Este é um dos principais serviços de transporte por aplicativo do País. A Uber está presente por aqui desde meados da década passada. Na última sexta-feira (11/03), ela anunciou um reajuste nos preços cobrados pela corrida. No caso, elas estarão 6,5% mais caras.

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Estes reajustes começaram a valer na última segunda-feira (14/03) em todas as cidades. A Uber informou, por meio de comunicado, que tais medidas foram necessárias para suportar o aumento nos combustíveis. Lembrando que estes reajustes foram feitos no preço da gasolina, do diesel e do GLP (gás de cozinha).

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No caso, o preço médio da gasolina cresceu 18,77%. Ele subiu de R$ 3,25 para R$ 3,86. Já os valores do óleo diesel tiveram um crescimento de 24,9%. Neste caso, o combustível passou de R$ 3,61 para R$ 4,51 (preço médio).

Mas como ficam os motoristas parceiros nesta historia do aumento do Uber ?

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Segundo a empresa dos Estados Unidos, estes reajustes serão repassados para os motoristas de forma integral. Além disso, este reajuste será, por um tempo não definido, colocado no valor cobrado final das corridas.

No entanto, de acordo com o portal O Tempo, as entidades que representam os motoristas não acreditam que os reajustes serão repassados para eles. Veja abaixo o que disse Paulo Xavier, da Frente de Apoio Nacional dos Motoristas Autônomos (Fanma), ao O Tempo.

“A Uber mudou o algoritmo dela. Hoje, a oferta da corrida para o motorista é uma espécie de leilão. Ela apresenta um valor para o usuário e outro para o motorista. À medida que o motorista rejeita aquela corrida porque não está valendo a pena, ela (a Uber) vai tentando melhorar”, disse Paulo Xavier.

Xavier ainda diz que estas mudanças dificultam as coisas na hora dos motoristas fazerem o planejamento. Ele ainda conta que os mesmos não conseguem fazer uma média dos ganhos. Lembrando que os parceiros costumavam a ser pagos pelo tempo gasto na corrida e pela distância (em km).

Foto: Jackson David/Unsplash.com

Sergio Nascimento, presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativos de Minas Gerais (Asmipli), também fez sua leitura da situação.

“Mesmo se passasse (os 6,5%), não seria significativo. A gasolina aumenta, e o álcool, que não tem muito a ver (com o reajuste da Petrobras), já aumenta também. O pessoal das refinarias de álcool fala que não repassou. É uma cadeia que você não sabe quem está falando a verdade e quem está falando a mentira”

Muitos motoristas usam carros alugados para trabalhar. Warley Leite, que faz parte do Clube dos Motoristas por Aplicativos, diz que mesmo com a atual situação do desemprego, os motoristas estão deixando o serviço de motorista por aplicativo e passaram a procurar outros trabalhos porque as contas não batem no final.

Vale ressaltar que não foi só a Uber que promoveu mudanças nos preços. A 99, que também é uma das principais empresas do setor, anunciou que irá fazer reajustes no repasse aos motoristas. Ele será em 5% por quilometro rodado.

Com informações do portal O Tempo

Pedro Giordan
Pedro GiordanJornalista graduado pela Universidade Metodista de São Paulo em 2017. Redator do Garagem360 desde 2021, onde acumula desde então experiência e pesquisas sobre o setor automotivo. Anteriormente, trabalhou em redação jornalística, assessoria de imprensa, blog sobre futebol e site especializado em esportes.
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